A tristeza de um final
Quando marcaram o dia do fim, tudo parecia ser surpreendentemente novo, sendo que o novo deixa uma profunda marca de início. As pessoas corriam aflitas, os motivos eram tantos que a própria cura parecia impossível. Bebidas e antigos dizeres eram exalados sem nenhum opositor.
Pegaram pelas mãos uma pequena adolescente e levaram os seus pais para longe da igreja, naturalmente o casamento não tinha aprovação e diante dos fatos, o importante era o prazer. Conduziram mendigos ao orfanato e idealizaram acabar com os orfanatos. Fizeram da vida uma razão para viver e dos sentidos uma loucura em nome do amor.
Depois de todos os animais prontos para uma partida triunfal, alguns tentaram desistir, mesmo sabendo que sempre é tarde para voltar atrás. As canções eram alternadas com risos e o sucesso não importava no alto processo de embriaguez. Queriam acabar com a amnésia alcoólica, ainda que não soubessem que na falta de lucidez diante das drogas, são outras drogas que precisam ser consumidas.
Uma mistura que para muitos era a ponte da queda e para outros significava uma fuga da realidade. Tudo nos braços e nada mais para ser alcançado, como se as brigas voltassem e o próprio processo de paz não fosse mais importante. Terminando com tudo para não restar um pingo de compaixão ao próprio ego.
Escritor Joacir Dal Sotto .'.