PARA NOSSA SAUDOSA CINTIA

E a esperança era uma bolha que aumentava com todas as nossas orações e ela aumentava e se fortalecia com o passar dos dias, cada prece fazia suas paredes mais densas mais ainda transparentes para a que pudéssemos ver, vigiar. Mas a esperança não passava disso, uma bolha e como tal um dia se torna frágil e simplesmente não resiste, estoura e se espalha em gotículas que atingiram nossos olhos e seu ardor nos provocaram lágrimas.
Não havia mais o que fazer além de chorar pela perda, chorar pelo desamparo, chorar pela raiva, chorar pela saudade que sequer havia tempo de ter chegado, chorar pela impotência, chorar por não existir qualquer mágica no mundo que te pudesse trazer de volta, chorar apenas por ser a única coisa que se podia fazer ou que tínhamos força para fazer.
Passados alguns dias ainda não conseguimos acreditar que você tenha partido. Não dá pra imaginar que a única forma de ver o seu sorriso de menina dengosa é através de fotografias.
Mas agora, analisando a bolha que nossas orações e preces te cercavam percebo que ela não estava te protegendo, ou te prendendo a esse mundo de infelicidade, estávamos conduzindo sua alma com tranquilidade para junto do Pai, para que você levasse a sua alegria e seu brilho cintilante para o paraíso. Quando a bolha que te erguia se rompeu não promoveu tua queda, simplesmente fez com que suas asas se expandissem num voo para a paz eterna.
Se voltasse hoje à Terra o Trovador Solitário, e observasse esse mundo apodrecido em que vivemos já não acharia tão estranho que os bons morressem jovens.
S.S.S.S.
(Sempre sentiremos saudades suas)
 
Fabiana Telaroli
Enviado por Fabiana Telaroli em 11/04/2012
Reeditado em 11/04/2012
Código do texto: T3605833
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