PASSOS DADOS

Me perdi em uma simples reta, porque não dei a devida atenção ás curvas do meu prosseguir.

Achei que achava os caminhos, sem querer saber de amparos e nem de opiniões, pois sempre achei que acharia o meu rumo.

Eu nunca conjuguei tanto, utilizando um advérbio de dúvidas, como o faço agora.

Fui egoísta a ponto de não ter mais nem com quem dividir as minhas teimosas lágrimas, que em rios secos de solidão, inundam outras estradas empoeiradas, pelas quais jamais tocarão os meus pés, e nem divisarão o meu olhar.

A esmo, no amparo da dor sentida, sigo só, em busca do sol, que ampara a minha solidão. Vez por outra, dou-me ao luxo de engolir as lágrimas secas que descem cortando a garganta.

Eu bebo cada gole da minha dor, onde goteja em mim, o meu egoísmo que somente eu posso enxerga-lo.

Até mesmo como uma forma de tentar entender-me inútil e sem serventia pro mundo, sou eu quem sorvo o néctar venenoso do ácido sentir que a mim devora, sem que eu tenha a ousadia de querer culpar alguém por esse meu sentir.

Numa dessas encostas avermelhada de cascalho, repousarei minha cabeça. para que o sono do sempre me encontre e me faça dormir por ali, sem mais razão para um despertar.

Assim, seguirei em paz, sem mais ocupar os outros com as minhas lágrimas secas banhadas pelos goles do egoísmo que aprendi beber.

CARLOS SILVA POETA CANTADOR
Enviado por CARLOS SILVA POETA CANTADOR em 24/10/2021
Código do texto: T7370701
Classificação de conteúdo: seguro