VACA AMARELA

Tenho calma às vezes

Por meus amigos

Me ajudando à distância,

Com sua franqueza,

Meus amigos e amigas,

Tanto que nem agradeço,

Mas vocês devem me desculpar

A loucura, o vazio, a falta de inspiração.

Eu não escolheria a loucura (escrever)

Se houvesse outra opção.

Sou o resultado de ação inconsciente

Para isso aqui:

Realidade inventada

Necessidade de exorcisar o caos.

O que quero saber

É se isso aqui escrito (o RL)

Também o é.

Alguns chamei de poemas,

Outros de prosa.

Nuvens apenas,

Matéria de metáforas

Que caminham só até ali

Inexistentes.

Limites entre duas existências

Quase iguais.

Que palavras dizer agora?

Que sentimentos mostrar?

Se cada palavra leva um tempo consigo,

E cada tempo me leva,

Por que aceito envelhecer assim

Em palavras e gestos?

Se cada sentimento pode ser falso,

Por que aceito sentir?

Em cada palavra vai um sentido

E quando não houver mais sentido

(quando ninguém mais nada sentir)

Não haverá mais palavras.

Vaca amarela pulou a janela...

(vamos silenciar juntos um lá lá lá qualquer.)

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 21/05/2020
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