VACA AMARELA
Tenho calma às vezes
Por meus amigos
Me ajudando à distância,
Com sua franqueza,
Meus amigos e amigas,
Tanto que nem agradeço,
Mas vocês devem me desculpar
A loucura, o vazio, a falta de inspiração.
Eu não escolheria a loucura (escrever)
Se houvesse outra opção.
Sou o resultado de ação inconsciente
Para isso aqui:
Realidade inventada
Necessidade de exorcisar o caos.
O que quero saber
É se isso aqui escrito (o RL)
Também o é.
Alguns chamei de poemas,
Outros de prosa.
Nuvens apenas,
Matéria de metáforas
Que caminham só até ali
Inexistentes.
Limites entre duas existências
Quase iguais.
Que palavras dizer agora?
Que sentimentos mostrar?
Se cada palavra leva um tempo consigo,
E cada tempo me leva,
Por que aceito envelhecer assim
Em palavras e gestos?
Se cada sentimento pode ser falso,
Por que aceito sentir?
Em cada palavra vai um sentido
E quando não houver mais sentido
(quando ninguém mais nada sentir)
Não haverá mais palavras.
Vaca amarela pulou a janela...
(vamos silenciar juntos um lá lá lá qualquer.)
T@CITO/XANADU