AO FILHO QUE NÃO CONHECÍ
Se é que você existe...vai desculpando qualquer coisa aí...
Naquele dia a gente tinha tomado muita laranjada com vodka...whisky com guaraná...dançamos de rosto colado ao som de Mantovani, Xavier Cugat, Ray Conniff...disso não esqueci.
Cê sabe né... não se usava camisinha... ninguém saia de casa com segundas (ou primeiras) intenções.
E como a gente era inconsequente... e os hormônios então?...
Também ainda não existia essa história de “ficar”.
Pois é...acho que a gente acabou inaugurando essa prática.
Pra te falar a verdade nem o nome de sua mãe eu me lembro; só lembro muito bem que ela era muito bonita, que tinha a minha idade; dezesseis anos; e que era muito fogosa (é...eu sei...ninguém gosta de ouvir falar assim de sua santa mãezinha...desculpe).
Acho que ela me falou que era do Rio, mas que rio? Rio Verde, Rio Preto, Rio Grande (do Sul ou do Norte)...sei lá...que estava passando as férias na casa de uns parentes e que iria embora no dia seguinte.
De qualquer forma, espero que ela tenha tomado juízo que nem eu
...tá rindo de quê?.