O AMOR É ABSOLUTO
“TUDO... OU NADA”
Quando o que se oferece é o amor, então que seja tudo ou nada será. O amor é completo em si mesmo. É insubstituível porque é incomparável. Não se pode amar um “pouquinho” ou amar demais a alguém como se o amor pudesse ser quantizado.
O amor é completo sempre. Este é o motivo de vermos na Bíblia que "Deus é amor".
Nada se compara ao amor porque o amor é a manifestação do próprio Deus. Em Isaías 40:25...25 A quem, pois, me comparareis, para que eu lhe seja semelhante? diz o Santo.
Diz a Bíblia: Deus é amor. Da mesma maneira que não podemos fracionar Deus assim o amor não pode ser fracionado ou medido, por isso Ele sempre estará inteiro no coração daquele que ama, o amor pode ser liberado por inteiro e, mesmo assim, continuará inteiro no coração de quem o libera.
O amor é um mistério inexplicável por causa da sua simplicidade. Não se explica o simples senão aquilo que chamamos de simples deixa de sê-lo. É necessário que o simples seja entendido com simplicidade natural para que continue sendo simples.
Assim é o amor.
Assim é Deus.
Tentar explicá-lo descaracterizá-lo-á.
Aquilo que é simples é também absoluto.
É como o número um. O número um pode ser compartilhado, subtraído ou dividido, mas jamais pode ser somado ou multiplicado sem deixar sua característica sui generis.
Diz-se que uma grande explosão espalhou pelo Universo os incontáveis astros que desconhecemos e, nem por isso, sequer um deles pode negar de onde veio.
Pode se juntar as várias partes do UM esfacelado em milhões de partículas ou deixá-lo espalhado pelo universo sem fim e continuará sendo ele mesmo, o número essencial.
O número um é absoluto por que abrange o TODO.
O número um é completo em si mesmo.
“O absoluto assim concebido como pura transcendência, não pode ser definido positivamente. Pode-se dizer que o absoluto não tem causas, pois se as tivesse dependeria de outra coisa; não tem forma, pois seria determinado por ela; e que nada existe fora dele, pois nesse caso não seria absoluto. Essa concepção de absoluto se encontra nos fundamentos do pensamento medieval e, mais especificamente, na teologia negativa, que identifica o absoluto com Deus, de quem só se pode saber o que não é e não o que é. Nicolau de Cusa afirmava, no século XV, que "o conhecimento da verdade absoluta transcende nosso entendimento finito" e que "Deus se entende incompreensivelmente". (Extraído site: Estudante de Filosofia)
O número um tem uma característica interessante. Para se chegar ao UM tem-se que começar pelo ponto de partida que também é o UM e continua sua caminhada até chegar ao UM completo na união de suas partes. O campo das grandezas mensuráveis tem início e fim no infinito e perfeito UM.
Ao sairmos do absoluto e perfeito entramos no início do caos da segunda dimensão que é o dois, na terceira dimensão que é o três, na quarta que é o quatro, depois..., depois o caos se amplia e se agiganta até chegar novamente à unidade.
Quando não houver mais números a serem somados aos existentes, quando o que resta são somente reticências, adentra-se à completude ou ao Infinito que, em tese é o absoluto, o UM, o início.
Exatamente onde tudo começou. O contraste é que jamais se pode chegar ao infinito por meio de grandezas mensuráveis. Podemos dizer que todos os números somados ou multiplicados perfazem a magnitude plena representada pelo Infinito.
O símbolo matemático denominado Infinito é o número oito desenhado na horizontal indicando que ali se encerram os recursos das grandezas mensuráveis para dar lugar à infinitude, aonde começa o ambiente do sobrenatural, do divino.
Uma estranha matemática que de tão simples não pode ser compreendida senão pelos símplices. Chega a ser simples compreendê-la.
Amor. Infinito. Absoluto. Um.
Essas quatro palavras têm um único equivalente: DEUS.
O Padre Antônio Vieira, grande pensador, encontrou uma boa definição para o amor. Ele o denominou como “amor fino”:
“Ora vede: Definindo S. Bernardo o amor fino, diz assim: Amor non quaerit causam, nec fructum: "O amor fino não busca causa nem fruto". Se amo, porque me amam, tem o amor causa; se amo, para que me amem, tem fruto: o amor fino não há de ter por quê nem para quê. Se amo por que me amam, é obrigação, faço o que devo; se amo para que me amem, é negociação, busco o que desejo. Pois como há de amar o amor para ser fino? Amo, quia amo, como ut amem: amo, porque amo, e amo para amar. Quem ama porque o amam, é agradecido; quem ama, para que o amem, é interesseiro; quem ama, não porque o amam, nem para que o amem, esse só é fino”.
Padre Antônio Vieira
A explicação para o fenômeno dos relacionamentos estáveis é exatamente esta: NÃO HA EXPLICAÇÃO! Não precisa!
Se a base é o amor, a relação nunca vai acabar porque o amor jamais acaba, como diz o apóstolo Paulo em I Coríntios 13:3-8 ...o amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão, havendo ciência passará...
Quando não se dá exatamente tudo, o que se deu não foi amor. Dar o “melhor” não é o mesmo que dar o “TUDO”. Nem sempre aquilo que eu acho que é “o meu melhor” é, de fato, o que outro considera o "melhor que posso dar" ou "o que há de melhor em mim".
De repente o parceiro nem acha aquilo que eu considero “o meu melhor” como sendo algo tão bom assim. Porém quando você oferece o seu “tudo” e deixa que o parceiro escolha o que é “o melhor de você para ele” tenho certeza que vai ser uma grande surpresa quando você vir as escolhas dele ou dela.
Dentro da relação somos duas culturas com valores diferentes.
Repito aqui o que foi dito alhures: Há que sentir a leveza do amor na relação. Sentir prazer em amar. Amar é prazeroso. É divertido. É gostoso. É por isso que se ama uma pessoa pelo prazer de amar. O amor é, em primeiro lugar, um patrimônio pessoal de quem ama, só depois será patrimônio do ser amado. Amar é algo que é gostoso lá, mas é mais gostoso cá. É por isso que Jesus diz que é melhor dar do que receber.
Amar é algo natural. Não precisa fazer força. É uma necessidade humana.