Minhas atividades de amor
MINHAS ATIVIDADES DE AMOR (Por Joacir Dal Sotto *)
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Apenas um choro que logo provoca um irônico sorriso. Não tenho mais parentes importantes e meus amigos são exageradamente tudo o que tenho. Em minha família repousa amor e muitos fazem parte de minha família. Tive e procuro por grandes amores, estou talvez amando sem definir completamente uma face.
Tudo parece ser completamente proibido. Fico falando de amor e ouvindo canções que representam ódio para quem é ignorante. Nenhuma navalha fez o meu sangue correr, o meu sangue corre é pela loucura poética que fica evidente na embriaguez. Eu não vou sacar mais minha arma, eu quero apenas viver até que a minha profundidade possa ecoar na eternidade.
Fico correndo contra o tempo, faço do tempo um desejo e o prazer que provoco é um brilho em meio da madrugada. Poderiam dar mais dinheiro para que eu divulgasse os meus sonhos, o problema é a realidade dos meus inimigos que sufoca toda arte. Um dia estarei vendendo discos na rua, o que jamais vou deixar é queimarem os meus livros sem lerem tudo o que eu tenho para dizer.
Passei por tanto sufoco e mesmo escrevendo uma carta de amor em cinco minutos, faço tremer todas as estruturas femininas que rodeiam o meu corpo despido. A minha menina precisa viajar ao meu lado, a minha vida precisa ser representada no teatro. Tenho muito mais do que solidão para fornecer, tenho muito mais razões para ir até o fim e logo ser uma lenda. Deixei do amigo ingrato, na realidade sou jovem novo que nunca envelhece.
Deixo o abraço, toco na pele branca e da pele negra arranco arrepios. Fico no meio do sagrado e na vida humana sou divinamente tudo o que uma mulher merece. Sei que faço chorar, que fiz sofrer e não quero mais é deixar do sexo que determina todas as regras de relações. A mudança chegou e nada melhor que o equilíbrio da noite para encerrar uma atividade de amor.
* Escritor Joacir Dal Sotto, autor do livro "Curvas da Verdade" e colunista da página "Cura Mental e Espiritual 'Mestre Divino'".