O respeito diante um encontro

O RESPEITO DIANTE UM ENCONTRO (Por Joacir Dal Sotto *)

...

Um toque fatal pelo corpo despido, um encontro casual pelo que ainda poderá acontecer. Nada mais do que desejos, do que um prazer que será parte da mais doce realidade. Um amor, uma paixão, uma única possibilidade de grandeza diante da vida. Lembranças da infância sendo sintetizadas pelo agora que proporciona um lindo futuro.

Mesmo na aparente distância é possível sentir o beijo já dado, a palavra já pronunciada de forma meiga. Ela é menina, é mulher, é deusa. Ele é garoto, é homem, é poeta. Tudo indo ao encontro do riso mais adequado, do descanso em que os suspiros sejam por um quero mais.

Sem fim e um início que foi arquitetado pelo universo. Nas linhas de cada expressão foi ligada uma fonte de luz. Um exagero que faz equilibrar, uma noite em que a conversa não deixou para depois tantas dúvidas. De pele branca e sorriso meigo foi uma mulher apreciada, de pele branca e sorriso radiante um poeta foi apreciado.

Realmente foram horas de uma agradável conversa, de um nobre jantar. Voltas foram dadas pela cidade vazia, animais foram observados e o primeiro beijo causou arrepios nos corações necessitados. Como se fosse invadir toda a privacidade, o que ficou foi o respeito e o jeito de dizer que tudo será sério, de dizer que tudo precisa valer a pena. Talvez a psicóloga tenha dormido com questionamentos e o poeta ficou acordando durante a noite com uma vontade imensa de escrever sobre tudo o que aconteceu.

Naturalmente os exageros estão expressos na poesia, naturalmente o equilíbrio permanece ligado ao eterno respeito. Apaixonados é cedo para dizer, fascinados pelas possibilidades é obrigatório afirmar. Os corpos devem estar em constante contato, os espíritos estão conectados pelo passado que leva ao futuro. Coisas simples que para muitos são complexas, coisas do amor, da arte, da vida, da razão e um pouquinho da loucura que nos mantém vivos.

* Escritor Joacir Dal Sotto, autor do livro "Curvas da Verdade".