Uma tarde santa de amor
UMA TARDE SANTA DE AMOR (Por Joacir Dal Sotto *)
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O meu corpo esticado sobre o sofá é ainda o mesmo corpo que esteve estendido sobre o teu corpo. Nessa chuva gostosa que preenche uma semana santa é que nasce o que nos motiva para um sono gostoso. Desprendo o sabor do vinho que bebemos na noite passada e no chimarrão que tomamos em uma tarde fria tudo eleva o tom agradável de nossas conversas. Ouvimos belas canções até que o desejo retorne como foi durante toda noite e início da manhã.
No prazer que nos une profundamente é apenas o tempo passado que não nos persegue e o tempo futuro que deixamos para depois. Você sabe que eu tenho uma energia forte que penetra em teu corpo em forma de abraço. Os toques que os nossos corpos precisam surgem sem água no motel, surgem para superar todo o medo de perseguição. Quando você pediu segredo, eu compactuei de tua aura.
Ao final dessa semana você vem ao meu encontro, ao final dessa tarde eu quero continuar ouvindo tua voz eufórica e suave. Pense que eu sou o teu homem, é que na prática ainda não transmiti ao teu coração tudo o que sou. Conduza tua família da maneira respeitosa que você sempre conduziu e quando te falo de forma exagerada, é que você precisa apenas refletir e jamais contestar. Busque perceber e deixar com que borboletas pousem em tua pele perfumosa.
Cada sinal da natureza ao teu redor é eu que estou enviando do fundo de meu coração. O acordeom é o som em minha homenagem, a escrita é para sensibilizar ainda mais uma deusa que repousa em você e que naturalmente é você. Acabe com o medo de eu ser do universo, quando estou com você é que estou bem e se te faço bem é impossível contestar. A chuva irá persistir até que possamos ver o sol nascer após uma noite de amor.
Saiba que o caminho que estou propondo é de liberdade, é de desejo, é de prazer, é de loucura, é de segurança nos aspectos pessoais em que dou toda força para que você seja melhor. Vamos sair desse sofá e deixar desse medo do jovem, desse medo do velho. Somos o caminho do presente, a loucura do mais puro amor. Apenas eu é quem compreende de tuas aflições e na questão de energias é eu que alimento o teu bem estar quando apenas te ouço falar.
* Escritor Joacir Dal Sotto, autor do livro "Curvas da Verdade".