O querer dos iguais que amam

O QUERER DOS IGUAIS QUE AMAM (Por Joacir Dal Sotto *)

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A vida é muito mais do que o indivíduo em contato com a própria solidão. Somos todos dependentes de uma amizade verdadeira, de um grande amor que dure por um momento que não queremos ver terminar. O que queremos é sonhar enquanto toca uma linda canção, o que queremos é tocar uma linda canção no conforto da família. Tudo o que propomos e lutamos para que aconteça, já é parte do principal aspecto da glória, que é o simples prazer da jornada.

Ninguém precisa ser sufocado pelo calor inesperado, é preciso encontrar um refresco nos passos corajosos que apontam no coração. O caráter promove a graça do amor que baila no ar, quem abandona o velho é forte para perceber que tudo está no agora. Perguntar demais é um erro, o acerto consiste na reflexão voltada para dentro de si mesmo. Podemos chegar ao topo dos sonhos através da fé e o caminho está na entrega o corpo.

Quem precisa do cigarro para viver talvez esteja agarrado na poesia que exala antigos pensamentos, quem precisa do álcool para alternar de consciência talvez tenha motivos intransferíveis para brincar de aniquilamento moral. Não adianta condenarem o poeta, este nasceu livre para pregar a liberdade ao aflitos. A vida real está na totalidade de quem consegue estar em vários lugares, sem deixar do profundo riso que abre caminhos. A mistura é um mal para os idiotas que ignoram o processo dos sentimentos.

Uma viagem ao final da semana sempre introduz sangue jovem em quem precisa do corpo para dançar. A ligação ideológica entre duas pessoas faz de todo resto uma cartilha trabalhosa que ao final faz um bem espetacular ao espírito. Na fama tudo se encontra, sendo que no segredo compartilhado tudo é fortalecido. Um morto amor não sobrevive, um novo amor é o que precisamos para que tudo seja melhor, para que tudo seja belo.

O sublime do poeta indo ao encontro do sublime da deusa. Tudo entre dois apaixonados, tudo entre duas pessoas que cultivam da tradição, dos amigos, da movimentação de um grande projeto. O risco comove, a vida brilha em cada borboleta que vemos sobrevoar os céus. Ninguém mais impede o que nasceu para ficar próximo, o que nasceu para compreender e dar forças, o que nasceu para surpreender através de simples palavras que surgem das profundezas da alma.

* Escritor Joacir Dal Sotto, autor do livro "Curvas da Verdade".

Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 09/03/2016
Código do texto: T5568542
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