Uma mulher, eu e um romance
Quase que fui enganado por uma mulher. Por muito tempo fui procurado e por anos nem era percebido fisicamente. Aos poucos me formei em sua imaginação e logo fui sugado por seu espírito. Nas salas espirituais era eu quem se materializava, apenas um encontro e o amor iria finalmente acontecer.
Ela sofria ao lado de um marido que gostava apenas de trabalhar. Mesmo criando filhos e se beneficiando do luxo, sofria por dentro e ao mundo repassava apenas doenças para as pessoas ao seu redor. Se calava e ao mesmo tempo tinha vergonha de enfrentar os valores estabelecidos. De certa maneira tinha uma marca de guerreira, de religiosa, de crente na palavra do senhor Jesus Cristo.
Por muito tempo me observava e a cada dia sabia que se aproximava do momento ideal para viver um grande amor. Finalmente teve coragem para me mandar cartas e eu correspondi como sempre fiz com lindas mulheres. No primeiro encontro eu já estava embriagado, fiquei em uma doce conversa. Tivemos mais alguns encontros para que eu trilhasse o caminho de um grande romance, exatamente foram três encontros para eu fazer sexo.
Ao lado de meu amor conheci novos mundos, mudei o meu comportamento e fui agressivo para me defender de seus ataques. Ela me dizia que uma barreira estava nos obstáculos que eu teria que enfrentar ao seu lado, conheci sua família e fiz com que conhecesse a minha. Aperfeiçoamos a nossa maneira de se relacionar e realmente passamos por momentos que não queríamos trocar por nada, na realidade nem tínhamos o desejo de que o tempo daqueles momentos terminasse. De meus deslizes não tenho o que falar, é que fui eu um homem procurado.
Quando tudo parecia estar bem, os planos foram desfeitos, claro que eu insisti um pouco mais. Chegou o momento que meus gritos superavam os gritos dela, que meu sorriso ironizava as lágrimas dela. Fui eu um homem procurado, foi apenas com essa mulher que tive amor de verdade. Ela nunca foi traída quando esteve ao meu lado, é que o amor é amar apenas uma pessoa e negar o resto do mundo.
Chego ao último parágrafo dessa minha reflexão amorosa e não posso me calar com simples e lindas palavras. Questiono o estado da fé dessa mulher, questiono os malditos gurus que lhe influenciaram. Não sou idiota de achar que Deus reza pelos idiotas, estudo para não ser confundido com um falso poeta. Ela é uma idiota que nega em se entregar ao amor, que é incapaz de amar para matar de tédio os seus próximos, ama o mundo como uma médium que ajuda mortos e se esquece de amar primeiro a si mesma.
Escritor Joacir Dal Sotto​
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