Gênesis e morte do amor

O amor poderia ser uma canção de esperança no leito de morte ou apenas o sonho imortal da juventude, o amor poderia ser um passado em que a virgindade bailava nos sentimentos ou quando todas as festividades fossem substituídas pelo prazer proporcionado por uma única pessoa. É que na realidade o amor poderia ser todas as coisas do mundo, sem nunca fugir da dor provocada pelo rompimento, sem nunca fugir do presente que faz com que ninguém queira terminar com o que está maravilhosamente bem.

Talvez não seja amor o medo de seguir em frente, talvez não seja amor o abandono em plena madrugada que faz com que os corpos separados encontrem uma razão para dançarem em outros braços. O que é amor está nas profundezas do inferno quando termina e no alto das montanhas demasiadamente humanas quando começa.

Tentamos explicar o amor após acordarmos de um sonho em que a virgem encontra o seu homem, apesar de que quando a virgem encontra o seu homem perfeito em outros braços, é um estado de alegria que lhe domina em cânticos que se distribuem nos horizontes do mar. Quem ama é capaz de matar e quando não possui coragem, é certo de que não existe um amor em defesa da vida que se passa entre dois corações.

Expulsam muitas adolescentes grávidas de uma escola, não por faltar amor e bom comportamento na adolescente, é que não existe amor naqueles que se dizem dirigentes de uma escola que era para educar com amor. Claro que o mundo ama de sua maneira e depois do mundo veio o indivíduo, este que tanto precisa ser compreendido em sua loucura que se chama amor.

Quem não ama sofre pela falta de amor, quem odeia é que no fundo ainda quer amar na plenitude poética que não representa a vida de muitos. Apenas quem ama sabe que o amor é ilusão e quando não existe arte para proteger a vida, é a vida que fica profundamente enterrada na mais tola tristeza humana, é a vida que não mais vale a pena ser vivida.

É difícil terminar com o amor, seria mais fácil terminar com as pessoas do que com o amor. O amor faz parte da sociedade e o indivíduo é que entra nessa tão corrompida sociedade.

Enquanto existem pessoas que nos amam é preciso arriscar e se entregar por amor. Chegará um dia que o amor não bastará para proteger a vida ou fazer com que a doença terminal seja ao menos suportável.

Escritor Joacir Dal Sotto​ .'.

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Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 17/09/2015
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