Um romance intransferível
O caminho do amor era aberto entre quatro paredes, a vida sem amor era como um tesouro que se procurava. Muitas árvores foram derrubadas, muitos livros foram devorados, e em quase nada se via toda a grandeza do amor. Uma loucura bailava no ar e dos prazeres passageiros nada de profundo era intensificado.
A vida parecia passar de uma década sem que os desejos tivessem fim, o encontro não chegava ao ponto do reencontro. Tudo parecia distante e ao mesmo tempo a perfeição chegava na imperfeição da embriaguez. Uma briga com o mundo era causada e apenas reflexos do egoísmo era mostrado.
Quando o sol nem havia nascido tudo transformou-se da maneira que a mente tinha programado. Um encontro sem reencontros chegou ao fim, o encontro tão aguardado se formou de maneira instantânea. As promessas tinha se apagado muito antes do começo do amor e todo o passado nunca houve sentido para quem sempre buscou pelo agora.
Não adianta quererem dizer que a verdade é a verdade que pregam, um exemplo pessoal de que o amor foi conquistado não precisa de manuais. Podem pregarem a morte ou serem agenciadores do lugar no paraíso, o que não podem é se esconderem da luz exalada por quem formou o próprio paraíso sem se apoiar em valores demasiadamente ultrapassados. O que existe não poderá ser tirado e o futuro não desestabiliza com o momento que naturalmente não queremos que termine.
Um jantar como um dia foi planejado se realiza, um diálogo como foi criado na solidão é realizado na coletividade. As possibilidades positivas ocorrem entre corações apaixonados, os sonhos são terminados quando o beijo é dado em nome da proteção ou simples carinho na madrugada. A arte que um dia foi negada é agora afirmada além do ego para que todas as máscaras dos ídolos caiam ao chão, para que seja exposto toda a demasia de valores humanos.
Escritor Joacir Dal Sotto​