O entendimento de quem ama
Nesse amor que nos faz mergulhar em uma linda cabana em meio ao deserto e a loucura parece não mais ter limites. Em emoções que despertamos ao entardecer da vida e renascer de nossos tão jovens corações no campo do que existe de mais belo para conduzir a existência que naturalmente é o amor. Quando o sinal fechado dos valores foi fechado fomos ousados o bastante para que a nossa passada fosse obrigatória e até mesmo escandalosa ao ponto de nos envolver na mais profunda dança.
Parece que as flores que foram esmagadas deixaram um perfume ainda mais forte do que um dia podia ser sentido, parece que todas as formas da natureza que sempre existiram no espaço foram por nosso tempo mais encantadoras. Perdemos o medo de lutar e em nossos dias que continuam não sendo perfeitos temos um pouco mais de paz para que possamos dormir abraçados até que a aurora nos coloque em frente ao novo dia. As nossas viagens tão aguardadas são realizadas lentamente por nossos espíritos que carregam a falta de pressa como marca de segurança de estarmos inseguros com muito prazer.
Em nosso templo existe apenas o que é por nós vivenciado e experimentado da nossa maneira tão insana ou verdadeira que apenas nos agrada. Não temos um manual para ensinar felicidade ou tristeza, o que temos é apenas o resultado de nosso empenho. Não ganhamos créditos para nos protegermos das tragédias que são demasiadamente humanas, buscamos apenas por momentos que sejam inesquecíveis. De nossas vontades tão distantes temos apenas uma palavra amiga quando um de nós não está em acordo com a própria vida.
Podemos um dia se perdemos e podemos até ir parar no caminho em que apenas pedíamos graça, o que não podemos é deixar todas as maravilhas que hoje sentimos fugir pela porta da frente de nossos tão sensíveis corações. Seremos a razão do novo enquanto a velhice não nos deixa caídos ao chão, somos a razão do jovem pela própria juventude que nos brinda antes mesmo das surpresas agradáveis chegarem ao nosso lar. Podemos dormir separados, o problema é que no frio somos obrigados em nome do amor a nos reencontrarmos na mesma cama que um dia apenas ouvíamos o bater do coração de dois estranhos que pela intuição já se conheciam havia milênios.
Escritor Joacir Dal Sotto​