Uma campanha de amor

O que está no coração das mulheres é parte exclusiva das mulheres, não podemos ir em defesa absoluta das mulheres ou dos homens, apesar de que todo homem precisa ser grato ao estado maternal de uma mulher. Tudo o que foi formado moralmente na humanidade não tem significado nenhum para uma mãe que muitas vezes manteve-se oprimida em um casamento, o amor de mãe é instintivo. A maestria dos homens nunca poderá ser negada, da mesma maneira que toda a maestria presente em cada indivíduo precisa ser despertada.

Nunca é tarde para sonhar e realizar grandes sonhos que fazem do corpo uma ponte de prazer, é tarde deixar para depois, é tarde dizer que a vida se acabou diante uma escolha passada. Precisamos tentar sempre ir além do ego, a mulher é sensível, o homem é objetivo, ambos possuem o que pertence ao indivíduo. O poder das reflexões e da literatura como ajuda ao salto do homem, como ajuda ao salto da mulher, está inserido apenas naqueles que buscam pela mudança mesmo que cicatrizes sejam o que separa os loucos dos normais.

Talvez chegará o dia em que rótulos não sejam mais usados, é que rótulos não são peças da modernidade, é que rótulos foram criados quando os primeiros conceitos de negação terrena foram pregados em nome de um mundo divino totalmente disponível no amanhã. Todos os dias vemos mulheres e homens trabalhando, enquanto que apenas aquela ou aquele que faz o que gosta consegue fazer o próprio grito ecoar na eternidade. Com tudo o que temos somos tudo o que podemos ser, caso contrário seremos apenas um corpo apodrecendo no deserto de tanto descontentamento.

Todo o jeito especial chamado de amor faz parte do processo educativo e instrutivo que nunca será uma ponte ao jovens quando repleto de barreiras da ignorância, a gratidão é o caminho seguido pelos nobres que não lhes retira da condição de vingadores que protegem os injustiçados em nome do fim dos bárbaros. Se a família representa prisão que seja formado um novo grupo social em que valores existem em comum acordo entre todos os membros, sejam crianças, sejam velhos, sejam revoltados que apenas observam com os olhos intuitivos tantas mentiras ou verdades que ferem diante o absolutismo com que são defendidas. Um mestre nunca nasce de uma linha moral, um mestre nasce de si mesmo para que em cada contato com o novo possa se reformular interiormente sem olhar para si mesmo como um incoerente que apesar da incoerência acadêmica permanece no alegre saber, se assim é, então que os tolos façam um esforço para me compreenderem.

Quem compreende pessoas aflitas não olha para o sexo, quem compreende pessoas aflitas é incapaz de apoia-las em suas péssimas escolhas, é que a luz está no forte, está na sombra, está nas nuvens que quando não fazem flutuar fazem com que quem está por baixo delas lute para ao menos se proteger da tempestade que se aproxima. A transmutação do indivíduo está em entrar em contato com suas qualidades e defeitos, enquanto que a transmutação de um corpo social está em ir além de seu tão nobre estado solitário para que possa fazer do amor tudo o que existe de diversidade na mente humana. Quem não sonha não tem uma linda realidade para contar aos outros que passam de viagem, quem não sonha é negativo por natureza e sempre olha para os absurdos de uma mensagem em que o autor tenta expressar apenas o agora de alegria como salvação para o presente.

Realmente não existe manual de felicidade, de uma hora para outra todos ao redor poderão morrer e o que fica é apenas o momento que vale por si mesmo, o problema é que quase ninguém consegue olhar para dentro de si mesmo e viver para si mesmo como forma de exalar sorrisos sem ressentimentos. O que é moral faz parte do que agrada ao indivíduo, o que é ético faz parte do acordo firmado entre aqueles que se amam. A escolha é única, não podemos ser duas escolhas, apesar de que na vida vivemos de escolhas para que o corpo não seja apenas um camelo com cargas que ao mesmo tempo que acabam com o corpo não são jogadas fora para que a falsa vaga no paraíso seja reservada.

Escritor Joacir Dal Sotto