O amor como dança do infinito

Um amor é sempre um choque de comportamentos distintos que no primeiro olhar de dois apaixonados pela vida se unem. A fé de que o amor é ilusão faz parte de quem não ama diante as próprias experiências pessoais, a fé de que o amor é esperança faz parte de quem não tem amor próprio. O amor é saber que o agora é o que importa e através do agora tudo de maravilhosamente belo poderá ser tocado.

Podemos muito bem condenar quem não ama, o que não podemos é enganar o próprio ego com verdades que sabemos no fundo da alma que são passageiras. O ódio que todos possuem é apenas algo que não retira os obstáculos do caminho, enquanto que o amor faz da dor uma parte da grandeza de quem contenta-se com pequenas coisas. A riqueza da natureza está na amamentação que torna os filhos fortes para encararem o mundo de maneira que os valores sejam repassados.

Para que o amor termine é preciso terminar com a vida e ao final da vida não existirão reflexões que façam o amor retornar. O amor está no ar e ao mesmo tempo que faz parte do agora será eternamente um sentimento que irá dançar em muitos corações. Mesmo que o amor seja um detalhe da vida é através do amor próprio que nos tornamos perfeitos apesar das revoltantes imperfeições comportamentais de quem nos rodeia.

Somos belos através do amor quando fazemos do amor uma arte em nome do ser humano, em nome do indivíduo, em nome do novo, em nome do agora que nunca envelhece. Com fé ou sem fé temos amor, com egoísmo ou sem egoísmo temos amor de maneira que não necessitamos se preocupar com a causa alheia. Tocar o doce de menina e ser o menino dos sonhos para uma menina, eis a essência do amor, eis a essência de quem ama como louco para que a razão seja encontrada.

Não podemos dizer que o futuro é melhor que o passado ou que o passado é melhor que o futuro por ser o passado fonte de purezas, o que podemos é dizer que em todas as épocas existiu amor e por todo sempre será o ódio o caminho tão natural quanto necessário para exercícios práticos da carne. A ignorância de que ter ódio é tolice ou de que ter amor é sabedoria de nada importa ao caminho das nobres reflexões para questionamento de todos os valores existentes. Nunca teremos controle sobre a carne e das tentativas morais de prisão do hoje em nome do mundo invisível que salva existe apenas mais sangue para limitar a corrida solitária dos que fazem o momento presente algo digno de ser repetido eternamente.

O amor que nos leva é o mesmo amor que nos deixa prazerosamente como fonte de infinitos desejos. O sofrimento não é amor, ainda mais quando é um sofrimento em nome da moral ou em nome da humanidade que continuará existindo após a partida de quem não consegue se libertar do abismo que criou. Tema sempre quem não ama e quem não ama faz das escrituras uma interpretação ao que ocupa o trono, e quem não ama faz das escrituras uma verdade absoluta, e quem não ama faz das escrituras um novo testamento interpretado de maneira que apenas os pontos mais convenientes do antigo testamento sejam retirados como manual moral.

Escritor Joacir Dal Sotto​

Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 30/04/2015
Código do texto: T5226114
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