O PREÇO
Ninguém, de modo algum, pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele. Sl 49:7
Para satisfazer o decreto divino como pagamento pelos seus pecados o pecador deveria morrer de morte eterna, porque está escrito: A alma que pecar essa morrerá.
O processo é irreversível a menos que o próprio Criador se resolva a assumir o preço a ser pago pelo pecador. Ademais o sacrifício de qualquer uma das criaturas não satisfaz a exigência visto que a totalidade das criaturas estão no mesmo flagelo. Sem solução!
Porém, Ele se apresentou para assumir o ônus da culpa pelo pecado de todos. Ainda que ele não assumiu a culpa, assumiu, porém a condenação que estava reservada a todos em consequencia da culpa de um (Adão) que recaiu sobre todos.
Ele deveria experimentar a execração (desmoralização total) e o escárnio que o levariam a atingir todos os extremos da humilhação. Mesmo assim se dispôs e se apresentou para que nEle se cumprisse tudo que fosse necessário para o resgate.
Esse era o preço que teria que pagar para me substituir.
João 10:17-18.
17 Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la.
18 Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.
Sim. O preço pago foi o maior de todos, em toda existência, acima de todas as coisas. Tudo isso em resgate de você e de mim.
Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem. O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.
I TM 2:5 -6
Nós somos valiosos para Deus em nível inimaginável. O texto de Tg. 1:18 afirma que fomos criados “como...as primícias de suas criaturas” ocupando o 1º lugar dentre as coisas criadas. Por “obra mais antiga” entende-se aquilo que Deus pensou criar em primeira mão sabendo que, antes de iniciar, no plano físico, a criação de um ser tão especial, dever-se-ia providenciar uma estrutura para sua existência, e, assim, começou a nossa história.
Pela própria natureza divina entende-se que todas as atitudes do Criador são, absolutamente, colocadas dentro de um esmerado planejamento porquanto, em virtude disso, tudo estava potencialmente concluído no plano espiritual, antes mesmo que alguma coisa se manifestasse no mundo físico, por isso mesmo, não há como imaginar em algo que Deus não tenha planejado desde eternamente. “(Hebreus 4:3) - Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo. Grifo nosso.
Qual a causa de se ter investido tanto no ser humano?
O Homem subestima o seu próprio valor diante de Deus.
Somos as primícias de suas obras.
Estamos em primeiro plano em toda a sua criação, logo sua “obra mais antiga”. Em Provérbios capítulo 8, versículos 22 a 31, você e eu éramos sempre o seu primeiro pensamento. É como u’a mãe que, prestes a dar à luz, planeja detalhadamente o quarto do bebê que está para nascer. Detalhe por detalhe. Cada coisinha que o bebê vai precisar. Tudo passa pela sua mente. Em todo o tempo pensa sobre o que fazer para dar mais conforto ao pimpolho que vai chegar.
O texto chama aquele Ser de “Sabedoria”. Entendo que ainda nem tínhamos um nome específico pelo qual deveríamos ser chamados no mundo físico onde tudo teria que passar por mudanças. A não ser o nome Humanidade. Ou em outra palavra conhecida por todos nós, Adão, que tem o significado de “pai de todos” . Isso não é nome específico. Cada um já era conhecido pelo Pai Eterno com seu próprio nome como está registrado em Romanos 8:29, Filipenses 4:3, Apocalipse 2:17; 3:5; 13:8; 17:8; 20:15; 21:27; 22:19 fora outras passagens que atestam este fato.
Pode até alguém pensar que isso seria algo alto demais para ser identificado com o Ser Humano, cheio de maldades e falhas, mas entenda que a visão se refere ao Homem na plenitude de glória. Lembra de Jó? ...HAVIA um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. Jó 1.1.
Observe que já no primeiro versículo do livro, o Senhor usa quatro adjetivos ultra positivos para qualificá-lo. Todos eles apontando para uma pessoa do mais alto padrão, podemos dizer varão perfeito como aponta o apóstolo Paulo em Efésios 4:13. Ou seja Jó era um homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal.
Só para o termo “Íntegro” o dicionário conceitua a Jó como um homem alinhado, correto, digno, honesto, honrado, incorruptível, probo, reto, virtuoso. As outras três colocações divinas ali encontradas apontam para um Jó totalmente diferente daquele homem falho e murmurador que vemos ao longo dos capítulos do livro biográfico do patriarca.
Analisando as coisas que se passaram com ele, na sua vida terrena, chega-se uma conclusão que Deus o via dentro de uma visão celestial olhando simultaneamente para o começo e o fim de sua existência, considerando que Jó não tinha de fato aquele perfil, aliás, o próprio Jó se refere a si mesmo como uma pessoa falha em todos os sentidos (Jó 3:25), Medroso, covarde, egoísta, contradizendo o que Deus disse sobre ele no primeiro versículo do livro que leva o seu nome.
Certamente o Senhor estava falando já no primeiro capítulo sobre o Jó apresentado no capítulo 42, onde o mesmo afirma que falava de coisas que não entendia, por isso dizia coisas sem sentido. O patriarca confessa que a sua vida foi pautada de enganos levando-o, consequentemente, a atitudes equivocadas. As coisas de Deus só puderam ser entendidas de forma correta pelo patriarca após experiências de sofrimento físico, emocional e psíquico. Perdas envolvendo a auto estima, finanças, relacionamentos o levaram a refletir que ele nem era tão forte assim. Necessário um verdadeiro desmonte da soberba e orgulho demonstrados por trás de uma aparente bondade própria demonstrado no envolvimento com as obras sociais e coisa e tal.
Porém, apesar de tantos erros cometidos com aparência de virtudes humanas contaminadas pelo egocentrismo, entende-se que não havia dolo em suas atitudes. Jó era um homem bem intencionado. Muitos querem agradar a Deus através de atos de bondade pessoal, enquanto a Bíblia aponta que jamais podemos agradar a Deus através de nós mesmos e tudo quanto fazemos em relação ao Reino, devemos fazer "em Deus" e não "para" Deus, ou seja Deus realiza sua obra e nós somos o instrumento para sua execução.
((João 3:20) - Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
(João 3:21) - Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
Jó sempre foi muito elogiado pela sua "paciência", baseado não no livro de Jó mas em uma passagem da Carta de Tiago à Igreja:
(Tiago 5:11) - Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó, e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.
Jó (19:4) confessa que fazia coisas erradas, e em todo o capítulo acusa Deus de fazê-lo sofrer injustamente. Apesar de receber a acusação de culpa dos transtornos de Jó, Deus não se refere a isso por ocasião do resgate do patriarca a uma condição duas vezes mais honrosa do que antes. Pode-se pensar que Jó estava certo em suas conclusões porque afinal de contas Deus o entregara nas mãos do diabo para fazê-lo sofrer e o diabo não economizou. Aconterce que não é somente Jó que está nessas condições, a Bíblia afirma que todo o mundo jaz no maligno, e, assim como Jó todos nós fomos requisitados a passar pela triagem em prova de nossa fé. Cada pessoa é provada na medida da sua capacidade de suportar a provação (I Co. 10:13). O que nós precisamos é economizar tempo e evitar ter que passar por tudo o que Jó teve que passar para crescer espiritualmente e se render diante do treinamento que ele quer nos proporcionar.
Uma coisa se pode notar no caso de Jó, ele ficou reprovado. Ninguém consegue fazer as coisas corretamente de forma a satisfazer os requisitos da prova que se lhe é dada. Todos ficamos reprovados a partir do momento que não acertamos tudo. A prova só tem duas notas: Ou você tira dez ou a nota é zero. Este tipo de avaliação é incomum e não segue as regras do "mais ou menos" como as nossas provas escolares onde os conceitos de nota são graduais na medida dos erros e acertos. Só Deus pode nos guardar de cometer desvarios que coloque a nossa integridade espiritual em risco.
(Tiago 2:10) - Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos.
(Judas 1:24) - Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar, e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória,
E porque eram mais amplas do que podia entender. Antes só conhecia Deus de ouvir falar, mas depois de algumas experiências de profundo sofrimento e entendimento das coisas, chegou a um estágio onde demonstrava ser uma pessoa totalmente diferente da primeira, com uma visão correta de Deus.
Teremos que entender o que aconteceu, primeiramente, na dimensão da eternidade quando Jó é o assunto no diálogo entre Deus e o diabo. Deus o via depois de consumada a obra que estava em andamento na sua vida e assim se referiu a ele, enquanto o diabo tentava mostrar um Jó, pecador e falho e o acusava por isso. O relato da história do patriarca e de como Deus o via, serve como uma analogia para chegarmos a entender o porquê de Deus investir tão alto em um ser tão falho como o homem.
Cito esse texto e o utilizo como argumento, reiteradamente, com a finalidade de dar base ao fato de que, se Deus via Jó no plano eterno onde se pode ver o princípio e o fim de todas as coisas dentro de uma mesma dimensão, o Ser Humano redimido é visto também assim. Por outro lado o Criador jamais se referiria desta forma a um ser que ainda não tivesse chegado a alcançar um nível de aperfeiçoamento tal que lhe desse status para receber essa qualificação. No plano eterno não existe ontem e nem amanhã, tudo é um sempre agora, totalmente diferente do plano temporal onde o futuro é uma incógnita. Jesus jamais faria um sacrifício de tamanha grandeza se, antes, não conhecesse o resultado benéfico que viria sobre o plano geral da Criação. O amor não é tolo. O amor trabalha buscando resultados. Deus é amor. Por isso Deus é eficiência.
Para chegar ao nível de aperfeiçoamento requerido pelo modelo do projeto geral, o homem, assim como Jó, terá que passar por todo o processo projetado para o plano temporal .
Uma série de etapas está previsto até que alcance o perfil expressado em Pv 8.22-31; Tg 1.18; Salmos 139; Efésios 4:12,13; e até mesmo a passagem de Jó 1:1, mas dessa vez falando de forma geral onde inclui você e eu.
Todo o capítulo dois de Hebreus nos mostra isso. Transcrevo-o aqui.
(Hebreus 2:1) - PORTANTO, convém-nos atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em tempo algum nos desviemos delas.
(Hebreus 2:2) - Porque, se a palavra falada pelos anjos permaneceu firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição,
(Hebreus 2:3) - Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram;
(Hebreus 2:4) - Testificando também Deus com eles, por sinais, e milagres, e várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?
(Hebreus 2:5) - Porque não foi aos anjos que sujeitou o mundo futuro, de que falamos.
(Hebreus 2:6) - Mas em certo lugar testificou alguém, dizendo: Que é o homem, para que dele te lembres? Ou o filho do homem, para que o visites?
(Hebreus 2:7) - Tu o fizeste um pouco menor do que os anjos, De glória e de honra o coroaste, E o constituíste sobre as obras de tuas mãos;
(Hebreus 2:8) - Todas as coisas lhe sujeitaste debaixo dos pés. Ora, visto que lhe sujeitou todas as coisas, nada deixou que lhe não esteja sujeito. Mas agora ainda não vemos que todas as coisas lhe estejam sujeitas.
(Hebreus 2:9) - Vemos, porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos.
(Hebreus 2:10) - Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe da salvação deles.
(itálico e negrito acrescentado)
(Hebreus 2:11) - Porque, assim o que santifica, como os que são santificados, são todos de um; por cuja causa não se envergonha de lhes chamar irmãos,
(Hebreus 2:12) - Dizendo: Anunciarei o teu nome a meus irmãos, Cantar-te-ei louvores no meio da congregação.
(Hebreus 2:13) - E outra vez: Porei nele a minha confiança. E outra vez: Eis-me aqui a mim, e aos filhos que Deus me deu.
(Hebreus 2:14) - E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo;
(Hebreus 2:15) - E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão.
(Hebreus 2:16) - Porque, na verdade, ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.
(Hebreus 2:17) - Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.
(Hebreus 2:18) - Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados.