Escultura de gelo

Hora de dar um basta em todo esse fuzuê de complicações!

Cansei de ser boba, inocente, infantil e hipócrita… de me usarem do jeito que bem entenderem! Cansei de ser vista como um objeto, um brinquedo para ser mais precisa (Destes homens que só pensam com o pinto se é que me entendem). Cansei de esperar um conto de fadas, até por que um conto de horrores não tem um final feliz, é mais fácil hoje a mocinha ser estuprada do que amada! Cansei de me olharem dos pés a cabeça e estar sempre impecável para a felicidade da nação… E principalmente, cansei de gostar de você, de ir atrás, te procurar, reservar espaço para algo que nem ao menos começou! Cansei de ser idiota!!! E agora, embora seja a 76° vez que digo isso, vou mudar!

Ora, vocês homens não me vêem como uma mulher (leia-se puta) e não mais como uma garotinha, então veja bem: esquece aquela besta alegre, inocente, amiguinha de todas as horas que vai correndo quando precisas… esquece acima de tudo o coração doce e o anjo de asas delicadas.

Por que graças a você, ela vestiu a capa da realidade! Me quer? Vai ficar querendo! Dei mais de 10 chances para o maldito coração cumprir seu papel, e adivinha? Ele fracassou em todas miseravelmente! Pois bem, paciência…

Sabe como vai ser a partir de agora? Inverno o ano todo!

Lembra daquelas belas estatuetas feitas de gelo, onde todos param para admirar? É sim, daquelas que não podem ser tocadas, pois de tão frágeis podem desabar em segundos, sou eu! A diferença é que a partir de hoje ninguém mais vai poder me tocar. Vão olhar de longe, bem longe, assim tenho a certeza de que não vou desabar. Polida, fria e calculista!

Ah, tem mais uma coisinha… estou colocando uma plaquinha no imbecil do meu coração, diga-se que fique subentendido: I’m not idiot! Closed forever, don’t touch is fragile. Out of market! Eu não sou idiota! Fechado para sempre, não toque é frágil. Fora de mercado!

E sabe o que mais? Esqueci de mencionar que o gelo derrete, demora pois deve esperar o inverno acabar, que ao contrario do que eu quero, acaba! E adivinhe no que ele vira depois de derreter? Nada!

Fernanda Koziel
Enviado por Fernanda Koziel em 27/03/2012
Reeditado em 28/04/2016
Código do texto: T3579139
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