Mais Amor, intelectualmente falando
Podemos comecar sendo categoricos:
Pensar em relacionamentos e tirar suas proprias conclusoes, dogmas e regras a respeito dos mesmo 'e fundamental para qualquer ser humano.
Para que este ser humano queira um relacionamento 'e necessario que ele possua um desejo de relacionar.
O que motiva este desejo varia conforme a cultura, criacao e personalidade individual de cada um.
Dentro da lista de motivacoes constam: carencias, convencoes sociais, companheirismo, sexo, parceria, auto-estima, sonhos familiares, diversao, amizade, terapia, ocupacao, etc.
Para complicar um pouquinho, vou pedir que pensem comigo:
Como ja havia citado, se vermos o mundo como Sartre, seremos, em nosso mundo, um unico sujeito cercado por objetos, nunca havendo a relacao entre dois sujeitos.
Sendo suas relacoes humanas objetos, passiveis de analise, mudanca, idealizacao, engano, sutilezas e outras coisas, para sua organizacao mental 'e mais simples que mantenha-se na superficialidade.
Quando procuramos um aprofundamento nas relacoes com objetos selecionados segundo os criterios de suas motivacoes individuais ha, assim que se mantem expectativas, a certeza de que em algum momento ira se decepcionar.
Essa decepcao certa ocorre por conta de, sendo o sujeito de outro universo, apenas um objeto no seu, ele nunca podera ser codificado, julgado e analisado com exatidao, sendo ele tambem livre em seu universo, o mesmo possui a possibilidade de mudanca e retorno dentro de seu proprio universo.
Para cada sujeito, nunca as expectativas de seus objetos serao mais importantes do que suas proprias expectativas como sujeito, ainda que suas proprias expectativas estejam atrofiadas e mantenham uma relacao de medo, angustia e busca desnorteada.
Sejamos agora, menos categoricos e mais especulativos:
A unica maneira de se relacionar de forma satisfatoria seria se, caso seus objetos sejam receptores, relacionar-se de maneira espiritual. Sentir e admitir divindade e ausencia de constancia em seus objetos, e aceita-los como sujeitos de seus proprios universos.
Logo rituais como o casamento podem trazer a satisfacao desde que, longe de serem procurados como convencoes sociais, sejam procurados para a consagracao do amor e da conectividade um do outro, levando ainda em conta o valor que possui um ritual na mente humana.
A banalizacao do amor e hipersexualizacao dos jovens acaba por impedir que estes consigam encontrar a alma do outro, que o alcancem como ser humano e igual, ao inves disso, transformamos o outro em extensoes de nossos desejos.
Estes mesmos desejos nao serao satisfeitos por muito tempo, pois a busca real 'e muito mais subjetiva.
O ser humano intui sua profundidade, sua conectividade com o mundo, o universo e os outros seres.
Essa intuicao esta sendo esquecida em troca de idealizacoes ausentes de ideologias.
Falta assim, amor.
Acredito na empatia, na compreensao do outro, na subjetividade e na satisfacao dos desejos com o crescimento da intimidade e conexao. Nao somos um numero, esta pessoa que fica com voce por apenas uma noite pode tambem se sentir sozinha, se sentir vazia, e apenas uma noite nao sera o suficiente para ninguem, nao prego monogamias e afins, acredito na divinizacao do amor, no dialogo, subjetivacao e valoracao do individuo. Ame, seja um, dois ou tres, por mais de uns dias, por mais de um momento.