CONTANDO A MINHA HISTÓRIA
Ontem estive na casa de um de nossos amigos. Ou melhor, um dos nosso melhores amigos, e percebi que a amizade está acima de qualquer outra coisa. Até mesmo acima de uma fantasia cheia de luxúria e traição.
Meu coração bateu mais forte quando o viu, mas me segurei, desta vez não bebi, fiquei firme e decidi: "tenho que ser forte o suficiente, para não acabar com essa alegria, com essa magia, com essa amizade, tão preciosa e importante que há".
E foi assim, primeiro colocamos o espeto na churrasqueira, uma rodada de vinho, e eu fiquei na coca cola, começou a chegar mais gente, mais pessoas, mais risadas e mais felicidade.
Todos estavam alegres, somente por estarem ali, num ambiente sem compromisso, e sem restrições.
Piadas, e divertimentos, é a base de toda churrascada, não é mesmo?
Nem que seja somente por um instante, somente por algumas horinhas.
Na hora marcada esvamos lá, brincando, cantando, festejando.
No meio do caminho algo aconteceu, mudou o rumo da história. Dois olhares novamente se encontraram, dois sorrisos, duas faces, e duas mentes, uma ligada na outra.
Mas o disfarce tinha que ser maior, e foi.
Colocamos nossas máscaras, e mascaramos um sentimento recíproco e platônico, que nunca saiu de nossas cabeças, e também nunca proferidos com palavras.
Decidimos que a amizade é maior que isso, que é fácil encontrar amantes, mas amigos, há esses são raros.
Aquele amigo que entra em sua casa, mesmo sem você estar, vasculha sua geladeira, coloca suas sandálias, deita no seu sofá. Joga as almofadas no chão, esse é o amigo de verdade.
Aquele que de tão atencioso, chega ser intruso, aquele que a gente olha e ama... ama muito, mas pelo seu jeito carinhoso, pelo seu jeito amigo de ser.
Não podemos destruir isso com um sentimento que ainda não sabemos se é duradouro ou não.
Ficamos assim, calados, nos olhando, imaginando, e sendo bons, velhos e grandes... há mas grandes amigos.