EXPERIÊNCIAS    
              

               A nossa experiência de vida muitas vezes não nos permite agirmos e entender no mesmo nível e velocidade que gostaríamos. Ela exige muito mais do que isso.

              Precisamos nos despir das vestes rústicas e pegajosas que vestimos ao chegar neste mundo. Em noventa e nove por cento das vezes por nós mesmos escolhidas.
             Também se faz necessário nos desvencilhar de tantos vícios, preconceitos, orgulho, insanidade, egoísmo e de inúmeros defeitos genéticos ou congênitos, materiais e espirituais. Muitos deles aqui mesmo contraídos e outros que trouxemos de vidas e experiências passadas, ainda arraigadas em nosso ser.
             Há pouco mais de dois anos, precisamente no dia 23 de março de 2010, descobri por informação do oftalmologista autorizado do CIRETRAN de Guarulhos que me examinou, de que estava com cataratas em ambos os olhos e que precisava fazer as cirurgias para retirá-las o mais rápido possível.
            Como consegui obter a renovação da minha CNH que era o meu principal objetivo, vez que sem óculos estava vendo tudo razoavelmente bem, acabei por deixar a recomendação médica de lado, não me preocupando com tais cirurgias. E como dizem os mais jovens, daí o bicho pegou. 
            Em tempo recorde a minha visão foi se deteriorando de tal forma que em menos de um ano estava com apenas cinqüenta por cento da visão em cada vista. 
             Dando-me conta então da gravidade do problema, comecei as peregrinações para fazer as cirurgias e então me deparei com outro problema. Os meus diabetes andava a 270, 320, 360, 250, 300 etc. E isso impedia de me submeter a qualquer tipo de intervenção cirúrgica. 

            De repente, em setembro do ano passado, agora já fazendo as dietas alimentares e os exames e as avaliações para as cirurgias, detectei que tinha apenas vinte por cento de visão. 
            Desde o começo do ano já não podia andar sozinho; não atravessava vias públicas, enquanto que dirigir já não o fazia há quase dois anos.            
            E, nesse ritmo no dia quinze de junho p.p. [15/06/2012] quando finalmente chegou o momento de ser operado, tinha apenas cinco por cento de visão em cada uma das vistas. Isto é, já estava praticamente cego.
            Felizmente tudo correu maravilhosamente como eu almejava. Hoje posso dizer que já estou com o olho direito totalmente curado. Com ele já enxergo oitenta por cento. Mas isto porque ainda estou de repouso em recuperação.  
            Certamente que quando eu fizer cirurgia do olho esquerdo atingirei os cem por cento nos dois vistas.
              São de experiências desse tipo que me refiro. 
              Na maioria das vezes nós não damos valor ao nosso corpo físico, ignorando-o e fazendo dele o que bem queremos. 
              Provocamos contra nós mesmos todos os tipos de acidentes, não zelando por nossos órgãos tão sensíveis.
              Poucos são os homens que procuram à medicina preventiva para si e para os seus entes mais próximos. A rigor só vamos ao médico em últimas circunstâncias, quando o nosso estado de saúde já está agravado. Incluo-me nesse time.
              Ainda que tenha tido alguns cuidados, pois desde que descobri que tenho diabetes, há mais de vinte anos, periodicamente faço exames clínicos, sempre negligencio alguma coisa, principalmente quanto aos regimes alimentares. E isso me custou caríssimo.
              No mais é necessário que eu diga a todos vocês amigos leitores que a experiência de quem enxergava tudo muito bem, fica cego, mas volta enxergar novamente, como o que aconteceu comigo é a coisa mais extraordinária e maravilhosa.   
              Agradecendo a Deus diuturnamente a cada minuto dos meus próximos anos de vida, ainda assim estarei em débito para com o Pai Criador. 
              Não existe nada comparável a alegria de ver a claridade do dia ao amanhecer e a escuridão das noites sem lua. E poder enxergar a beleza de todas as cores da natureza e do mundo.

 

FIM

 
 
Nota do autor:
                    Registro aqui o meu eterno agradecimento a todos os médicos do Hospital Padre Bento, de Guarulhos-SP, sobre tudo aos oftalmologistas Doutores Jonas e Jéferson e suas equipes, Dr. Gamberini, cardiologista, doutora Débora Cristina, geriatra, pelo atendimento vip que sempre me dispensaram e que por certo ainda vão me dispensar.
                    Aliás, agradecimento esse que é extensivo a todos os funcionários, atendentes, recepcionistas, enfermeiro (a)s, auxiliares de enfermagem, posto que num hospital público do estado tenha sido atendido e tratado como um rei.
                    Agradeço mais uma vez a Deus por colocar no meu caminho para cuidarem da minha saúde tantas pessoas boas e maravilhosas.