PARA LUCONI, COM CARINHO

Cara Amiga sincera

Sinceramente falando

De coração aberto

Como soem serem os corações dos poetas

Como tú, eu e todos que nasceram nesta frequência estranha

(dada, talvez, pelo Ser Desconhecido às vezes

Nominado Deus, às vezes Natureza),

Tenho estado num estado de graça

Que me obriga a uma reforma

Na forma como postarei na net

(Essa teia mundial -estranha aranha)

Meus poemas que tanto gostas (me deixas feliz!)

Falta de tempo não seria mentira

Pois já deves ter apreendido o que move minh'alma:

A utopia. Para ser utópico eficazmente

Carece o poeta de sonhos

E ordenar os sonhos não é como ordenar

Cotidianas tarefas, cotidianas lidas

Bem caberia a tabuleta: "Fechado para reforma".

Duraria até mais tempo a ausência necessária

Mas teu tocante recado

Fez-me mandar embora meus operários

E abrir-me mesmo em obras.

Amigos como tú são preciosos

E sei que não repararás na bagunça

Nem na poeira que possa

Incomodar.

Portanto,

E a teu carinhoso pedido,

Cá estou a poetar.

Te visito em breve dado o impecilho que mencionas.

Estou com sede de teus poemas, também.

Por favor, sirva-os na temperatura em que estiverem

Pois também tenho fome.

Um beijo e um abraço tão grande quanto

Um beijo e um abraço ao longe possam ser.