Seguindo no abandono
Quando ela, ainda no ventre estava, será que fora amada? Será que no dia que nasceu, havia um pouquinho de amor? Será que quando fora ali mesmo deixada, sem saber de nada, houve alguma lágrima? Depois quando se foram, sozinha no abandono largada, alguém sentiu a sua falta? São tantas as perguntas que povoam seu pensamento e não encontra nenhuma resposta. Os anos se passaram, nunca mais voltaram, será que houve um segundo em que dela se lembraram? Se que, quando ela ainda era criança, alguma vez tentaram encontrá-la? Para isso ela sabe a resposta, não houve busca, nenhuma tentativa, a ela nunca procuraram. Mas será que nesse tempo haverá algum momento em nela pensarão? Ela está cansada. Nunca fôra amada e quando com o amor sonhou, tudo acabou. Ficou ela jogada. A ninguém importava. Seus sentimentos somente a torturavam. Assim ela caminha, olhar perdido no infinito, na garganta um grito contido, nos olhos um oceano. O grito ela sufoca. Dos olhos o oceano esconde. Apenas segue. No olhar que se perde, ela segue em alta temperatura, as pernas trêmulas, a pele em um arrepio. Nem o próprio corpo e mente controla. Já ouvira tantas coisas, tantas palavras juntadas para à ela machucar, tantas facas lançadas para teu peito perfurar. Ela segue apenas, finge não se importar. Já nem finge um sorriso, ninguém ouve seu riso, já não possui nada que te chame e faça os seus olhos fixar. Perdeu a esperança. Não crê que encontrará uma só alma que a queira amar. Entre as palavras lançadas que a fizeram recuar, existem muitas guardadas que ela é incapaz de apagar. É tola essa garota! Não viu que era sonho ou um capricho vulgar. Ela apenas segue…