Queria Ser! Queria ser um escriba antigo que às vezes Se sente visitado por um velho amigo. Escreve, escreve aí: diz ao mundo porque parti. Que ideia grega mais nociva. SE ainda tivésseis alcançado um nível de consciência mais avançado... Escriba, não escrevas nada. Por enquanto vigia e ora. Ainda não chegou a hora. O que escreveres será ridicularizado, descartado. Como Ulisses quando chega àquela ilha deserta, não entres em desespero. Regozija-te: enfim só. Chegaste à ilha do sol. A ilha que te pode proporcionar um estado paz tal que se confunde com iluminação, Com um estado de bem-aventurança. Um portal que te livre de todo o mal. A zona de intersecção do Céu e da Terra. Dali já se avista a fonte da vida. Dali já se vê a nascente dessa fonte Transcendente. A ciência já começa a encostar nesses traços de luz a riscar o céu da Terra. A luz que vivifica todas as coisas. Transmuta, limpa, restaura. Luz que vai e vem. Nós somos parte dessa luz. Participamos desse vai e vem também. O que devemos reverenciar? Onde estão esses lugares sagrados? Não existem mais, foram desvirtuados. Mas somos de rebanho, não importa a religião, todos, sem distinção, estão ali com a mesma intenção. Como um Xamã a levantar os olhos para o Céu. A pedir a sua proteção. A chamar pelo piloto mais adestrado para conduzir esta nave espacial. Só ele sabe que manobras fazer para a elevar e a fazer pousar em outro patamar. Black Elk aos nove anos viu: “ eu vi a mim mesmo na montanha do centro do mundo. Tive uma visão: Eu via o modo sagrado de ver o mundo. Eu via que a montanha do centro do mundo está em toda a parte. Nós somos a montanha do centro do mundo. Ela está em nós. O corpo como eu o via era um veículo de carne e osso em algum espaço deste corpo há um armário onde fica a lâmpada que armazena a luz da vida. No rito de passagem a lâmpada se faz veículo E segue. Já não é mais daqui”. Lita Moniz