ROGATIVA AOS FILHOS




 
 
 
Papai um dia foi embora para não mais voltar. Talvez não quisesse ter ido. Mas foi. Havia cumprido os seus compromissos terrenos.
Não. Não deixou saudades apenas. Deixou-nos um vazio incomensurável. Todos nós filhos, esposa, companheiros, irmãos, irmãs sentimos sim a sua ausência definitiva.
Mas saudades, penso que não, vez que ora ou outra ele se faz presente nos nossos sonhos e pensamentos.
Sentir saudades e evocar a sua presença certamente lhe faz ou fará muito mal, posto que a vida em estado de espírito em que se encontra seja cem por cento mais apuradas e assim consequentemente absorve com muito mais intensidade as nossas vibrações quando dolorosas.
Porém, todo pensamento bom e as preces que fazemos endereçadas ao papai são benéficas e ele sabe muito bem disso.
A todos os filhos que ainda tem os seus pais presentes neste mundo e momento rogo que dediquem a eles muito amor, respeito e compreensão para nunca chorar de saudades, mas para lembrar com alegria a sua máxima presença entre nós. Guarulhos, catorze de agosto de dois mil e vinte e dois.
(Clementino, poeta e músico de São Sebastião – SP/BR.)









Nota:
A foto ilustrativa é do meu pai Benedito Faustino da Silva (1921-1987) tendo o meu sobrinho Everton Rafael no colo.