A realidade sem muletas
O tempo que leva para que uma notícia boa nos deixe ainda mais sorridentes é tão curto quando temos a convicção de que todo o prêmio está na jornada. Esperar por coisas boas sem nada fazer é tolice, ter pressentimentos sem antes querer fazer tudo de maravilhoso para que ao menos a dor seja suportada, eis aspectos que destroem com qualquer ser humano que busca pela luz. Sofrer pelo que já passou e tudo de ruim realmente já passou, lembrar dos momentos que já passaram e se esquecer que existe o agora para ser contemplado, eis tolices que sugam toda a realidade que poderia ser bela.
A vida não é o limite de muletas metafísicas que nos fazem negar com o máximo da ignorância humana da totalidade que compõe o corpo. Mesmo que no amanhã estejamos é no agora que estamos, mesmo que as diferenças nos afastem de algumas castas é no indivíduo que contém todas as glórias ou fracassos. É fácil dizer que estamos certos, o difícil é refletirmos para que possamos exalar toda a potência que vem do oceano da inconsciência.
Quem não tem vontade para se reunir e ver que todas as diferenças são trágicas, sendo que é mais fácil fugir para uma ilha em que existem apenas forças iguais. Toda a força é um contato de coerência com incoerência, apesar de que apenas os tolos é que tiram a potência do outro quando negam que o universo é concebido pelo ego que nunca será da forma egoísta taxada pelos materialistas. Em uma sala de estudos o foco é uma meta apenas para aqueles que querem fazer tudo igual sem se conectarem com o novo que tem como base um profundo questionamento das verdades um dia aplicadas.
Seriamos tolos sem fé diante da negação do empenho, como também está cheio o mundo de céticos que tentam retirar as virtudes do novo. Tudo começa por dentro e quando ir ao encontro do mundo exterior terá que explodir para não ficar como promessa de eternidade. Nada é impossível para aquele que não deixa de agir, que insiste até que o momento seja substituído por um novo momento.
Escritor Joacir Dal Sotto