A juventude de quem fica melhor com o tempo

A juventude está sempre representando um novo tempo e grandes transformações não chegam na sociedade por existir uma barreira sendo imposta por aqueles que envelhecem. Os velhos não são os obstáculos que surgem no caminho do jovem e estão longe de serem aqueles que sofrem pelas diversas limitações físicas. A natureza humana é de ciclos sendo que o ciclo do corpo é o mais insignificante de todos. É que existe um espírito eterno, existe uma concepção na mente humana de que apenas o agora existe na totalidade.

Uma infância é regada pela inocência, pelo contato com o novo mundo de valores ultrapassados e positivos. Na juventude a loucura é mais uma espécie de fuga, como também a luta por um ideal é o ideal que o jovem precisa percorrer. Quando chega a tão sonhada vida adulta tudo se mistura e quando as coisas normalizam é preciso ter muito cuidado para não ser engolido pelo tempo de boas colheitas que naturalmente um dia chegará ao fim.

Toda experiência pessoal é de valor intransferível, todos precisam experimentar aquilo que desejam e falar que a própria experiência é uma verdade não passa de uma grande mentira. Em cada indivíduo existe uma interpretação, um certo grau de compreensão, um gigante contexto de espaço e tempo. De todos os caminhos que são iguais em sua essência por representarem o ego de cada caminhante existem lutas, glórias, derrotas e apenas aqueles que persistem até o fim de sua vida é que conseguem morrer como se fossem dormir tranquilos após um dia em que o melhor de si foi dado.

Na grandeza do ego existe muita luz e quando mudamos interiormente é o mundo exterior que vai se ajustando ao nosso gosto, é o poder do universo que torna-se um direito fundamental ao progresso do indivíduo. O velho é apenas o detalhe de uma mente desgastada por anos de ignorância ou por séculos de espírito cansado, o velho é apenas mais uma pedra para dificultar a plena realização da causa alheia. Quando entramos em contato com o ciclo de que a superioridade está concedida para todos, mesmo muitos sendo inferiores nos gestos, conseguimos facilmente perceber que alguns prazeres são substituídos de maneira que o jovem precisa aproveitar do corpo da mesma maneira que aquele que envelhece por fora precisa rejuvenescer por dentro. Sem o agora não temos futuro nem passado, em vez de amarmos iremos apenas esperar pelo conto de fadas que nunca irá chegar, em vez de amarmos iremos sair embriagados pela noite para curarmos a ferida viva do coração.

A criança que muito sofre diante da necessidade de interagir com o mundo é o mesmo adulto que acredita estar construído um futuro baseado no suor exagerado no trabalho. Nem sempre poderemos sentir do mesmo prazer que hoje está ao nosso alcance e nem sempre todos os exageros são benéficos ao coração que busca pela totalidade em todas as relações. Os passos dos adultos são tão medíocres quando eles pensam que a vida foi perdida com futilidades ou toda a alegria chegará com o trabalho árduo, com o trabalho em outra vida.

A experiência é algo ruim quando perdemos o bom ânimo para experimentarmos o novo. Na pequenez dos fracos permanece uma vontade de poder ofuscada pelos problemas da vida, ofuscada por uma sociedade doente que adoece muitos de seus membros. As diferenças movem o mundo e observando cada ser de forma que possamos refletir é possível que possamos sair da linha de conforto e entrar no conforto de sempre combater com as armas adequadas ao problema, de sempre combatermos com a legião mais forte contra outras legiões que possuem forças semelhantes as nossas.

Escritor Joacir Dal Sotto​

Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 27/03/2015
Código do texto: T5185638
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