Não supor-me nunca

Não supor-me nunca, nem em sonhos

ousar, um gesto sequer, esquecer-me

completamente de caminhos, estradas,

ser só o que escreve eternamente;

Mas ah, sou tantos num que tem vezes que me

esqueço, de ser só esse um, que vai

dentro de mim, manifestamente pouco

para tanto sentir... mas, ainda assim, digno

de existir (e quem sou eu para me julgar,

certo ou errado?)

No seu caminho de casa vai aquele homem,

vindo dos afazeres diários,

compenetra-se no passo largo ou na sombra,

que visa mais adiante, quem dera ser

esse que caminha, rumo a casa, levando

a sombra consigo, no bolsilho de um casaco.

Jorge Humberto

16/02/05

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 22/02/2005
Código do texto: T4910