Não supor-me nunca
Não supor-me nunca, nem em sonhos
ousar, um gesto sequer, esquecer-me
completamente de caminhos, estradas,
ser só o que escreve eternamente;
Mas ah, sou tantos num que tem vezes que me
esqueço, de ser só esse um, que vai
dentro de mim, manifestamente pouco
para tanto sentir... mas, ainda assim, digno
de existir (e quem sou eu para me julgar,
certo ou errado?)
No seu caminho de casa vai aquele homem,
vindo dos afazeres diários,
compenetra-se no passo largo ou na sombra,
que visa mais adiante, quem dera ser
esse que caminha, rumo a casa, levando
a sombra consigo, no bolsilho de um casaco.
Jorge Humberto
16/02/05