Um dedinho de prosa
Você realmente não tem a obrigação de agradar a ninguém.
Entretanto, não estranhe quando as pessoas de quem você mais gosta, resolverem pelo afastamento do seu convívio por não suportarem seu comportamento.
A autenticidade pode existir adornada por gentilezas. Não é necessário expor ao público os detalhes desagradáveis de sua personalidade, principalmente se o grupo em questão representar seu círculo social mais constante.
As gentilezas não são contrárias à sua vida ou à sua personalidade. Ao contrário, é no seu exercício que angariamos conhecimento e percebemos o burilamento da alma primitiva em um ser rarefeito que pode encontrar a felicidade em meio às mais diversas culturas.
Claro que esse conhecimento e essa percepção gradativos nem sempre são agradáveis. Em geral experimentamos a vontade de desistir na primeira tentativa de convívio. Afinal, reconhecer e recolher o outro, é como receber outro mundo dentro do seu.
Fisicamente, impossível. Psicologicamente, perigoso. Culturalmente, suicida.
Você poderia se perguntar: Correr esse risco, para quê?
Antes de responder a essa pergunta, faça-se outra:
Recebeu sua vida para isolá-la ou para vivê-la?