OH! DÚVIDA CRUEL

OH! DÚVIDA CRUEL.

De : João Batista de Paula – Escritor e Jornalista.

Valei-me meu santo protetor.

Valei-me santo do pau oco.

Valei-me divina providência.

Valei-me santa paciência.

Valei-me santa inocência.

Valei-me são nunca.

Valei-me senhor da morte.

Oh! Duvida cruel.

Por que devo ser sincero diante de tanta mentira?

Por que devo falar de lealdade diante de tanta traição?

Por que devo falar de gratidão diante de tantos ingratos?

Por que devo falar de amor diante de tanto desamor?

Por que devo calar diante de tantos que gritam?

Por que devo falar de alegria diante de tanta magoas?

Por que devo falar de esperança diante de tanta mesmice?

Por que devo falar de Deus diante de tanta incredibilidade?

Por que devo falar de vida diante de tanta morte?

Por que falar de saúde diante de tanta doença?

Por que devo falar de amizade diante de tanta solidão?

Por que devo falar de riqueza diante de tanta pobreza?

Por que devo falar de paz diante de tanta intriga?

Por que devo falar de bem viver diante de tanta maldade humana?

Por que devo falar de casamento diante de tanta separação?

Por que devo falar de luz diante de tanta sombra?

Por que devo falar fidelidade diante de tantos infiéis?

Por que devo falar de beleza diante de tanta feiúra?

Por que devo falar de flores diante de tanto pau de espinho?

Porque devo falar de liberdade Diane de anta prisão?

Por que devo falar de água diante de tantos que passam sede?

Por que falar de bons alimentos diante de tantos que passam fome?

Por que falar de roupas novas diante de tantos que vivem nus?

Por que falar de casas diante de tantos sem tetos?

Por que falar de promessas diante de tantos que vivem a realidade?

Por que devo falar de poesia diante de tantos que vivem na doença, na pobreza e no conflito?

Por quê?

Por que os outros se calam e eu não?

Por que devo falar de doação diante de tantos que vivem de braços cruzados?

Por que sofro tanto quando estou na multidão dos descrentes?

Por que falar de vida após morte se tantos tem medo da própria sombra?

Por que falar de amor, bondade, boa amizade, perdão, gratidão, verdade, retribuição, construção, edificação, união, confraternização, paz e amor, igualdade, fraternidade , respeito, ordem, união, fé, esperança, paraíso, educação, trabalho, perdão, para os mortos e para os donos da situação?

Por que falar de bens materiais mortalha não em bolso e caixão não tem gavetas?

Morre seu dinheiro, sua arrogância, sua inveja, sua ingratidão, sua superioridade.

Termina também a ambição e a humilhação.

Começa a prestação de contas.

Por que muitos esquecem que a entrada e a saída da vida é igual para todos, não adianta tanta ostentação?

Por que devo viver mito mais?

Por que não tenho você, seu coração, sua feição, sua dedicação, seu amor, seu carinho, sua alegria, sua luz , sua gentileza e grandeza em meu favor?

Existo.Vivo.

João de Paula
Enviado por João de Paula em 30/05/2014
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