POEMA SINISTRO

Para gente metida a besta.

As flores murcharam e a beleza não existe mais.

De: João Batista de Paula – Escritor e Jornalista.

O senhor da morte vem te buscar hoje, não tem como escapar dele e de sua linha de ação.

Milhares de vezes já foi dito que . a vingança é um prato que se come frio.

Por isso, a paciência é uma virtude.

Hoje não adianta você acender uma Vela para Deus e outra para o Diabo.

Hoje é o dia do imprevisto, porque você nem orou e nem vigiou esse tempo todo.

Hoje é o dia das emoções; e das surpresas desagradáveis e negativas.

Dia das flores murchas e do cálice de fel.

Dia de luto!

Dia do choro e do ranger de dentes.

Dia sombrio e negro.

Dia da punição do injusto.

Dia da Purificação.

Dia do Juízo final.

Dia do sinistro.

Dia do Poema sinistro.

Dia da canção que só você pode ouvir.

Não é canção nova.

Hoje o senhor da morte vem te buscar.

Não adianta fazer maquiagem para se esconder da morte.

Não adianta fugir para o fim do túnel.

Não adianta se camuflar na multidão.

Não adianta querer enganar sua morte, sua vez é agora, ela chegou.

Você vai morrer.

Você vai adoecer.

Você não vai rir.

Você vai chorar.

Você vai ficar na escuridão.

Você será um nada.

Você vai deixar de existir.

Você é o mal.

Hoje o mal é para você, que tanto praticou o mal, que tanto gerou sofrimento, que levou ao pé da cova outras pessoas.

Hoje é sua vez, ele é todo seu, único como você.

Hoje ninguém vai ter piedade de você.

Você que não orou.

Você que abdicou da fé.

Você que não respeitou.

Você que ignorou o amor.

Você que mandou todo mundo para aquele lugar feio.

Você será julgado hoje sem o apoio dos enfermeiros universais.

E o seu julgamento já foi traçado e determinado.

Você será extinto.

Não adianta oração.

Não adianta apelação.

Não adianta suplicar pelo advogado do diabo.

Não adianta justificação.

Não adianta adiar a hora.

O senhor da morte não vai ser sua salvação, porque o mal não pode prevalecer em todas as ocasiões.

E ninguém compra a Morte, nem Engana, nem Foge dela.

É tarde demais, muito tarde, para segurar firme na corda da salvação.

Você perdeu todas as oportunidades das setenta vezes sete vezes de sentir o perdão de Deus.

Hoje não tem salvação.

O poema é triste.

O poema é sinistro.

A sua marcha fúnebre foi preparada desde o dia em que você nasceu.

Só sem o Zinho você vai ouvir.

Você é o mal.

E o mal não deve existir no paraíso celestial.

Também, quem mandou se achar que era imortal e perpetuo, todo poderoso e arrogante?

Deveria ter amado mais.

Brincado mais.

Vivido mais.

Amado a Deus sobre todas as coisas para ter conquistado o merecimento da vida eterna, ou mais.