E ELES DIZEM PAZ, PAZ...
 
₢Sarah D.A. Lynch
 
 
Talvez o que vou dizer venha a enfurecer alguns de vocês, mas isto é algo muito real para mim, e espero que possa ajudá-lo de alguma forma:
 
Desde que era muito pequena, eu sempre achei que não era boa. Não que eu "não era boa o suficiente", porque eu era e sabia que era. Estou falando sobre ser boa. Eu via aquelas menininhas tímidas, quietinhas, agradáveis, de quem todos gostavam, e pensava: "Nossa, eu não sou assim". Eu era franca, desafiadora e rebelde, e minhas longas tranças frequentemente estavam em desordem e minhas roupas em frangalhos por causa de brigas no pátio da escola.
 
A coisa é que aquelas menininhas tímidas, quietinhas e agradáveis não eram realmente boazinhas. Embaixo daquela aparência composta e obediente, elas eram monstrinhos implacáveis e cheias de justiça própria e veneno.
 
Quando cresci, percebi que as coisa continuavam iguais entre os adultos. Aprendi bem rápido que as pessoas que gritam "paz, paz" são as que querem paz não para que outros também a tenham, mas porque uma confrontação seguramente colocaria em risco sua vida e seu conforto. Elas querem paz para poderem prosperar, e ao inferno com os demais. Elas fazem mansos discursos sobre um belo mundo de paz, mas paz para si mesmas, e qualquer coisa que venha compromete isso é recebida com sobrancelhas levantadas, bocas apertadas e narizes pra cima.
 
E foi assim então que aprendi a desconfiar de qualquer pessoa, principalmente mulheres, que se apresentam tão perfeitas e recatadas. No Catolicismo, esse tipo de mulheres são chamadas "beatas". No Cristianismo, de "crentes". No Judaísmo, de "mulheres perfeitas". Só que a mulher perfeita de Provérbios 31 debate o preço das coisas no mercado (e tenho certeza que não em voz baixa), defende os fracos e batalha por sua família. Não é "mansa e humilde". 
 
Já fui cortada de muito grupo feminino por não aceitar ser mansinha. Mas a coisa é que não foi sendo mansinha que destruí a seita Meninos de Deus em cinco continentes, nem sendo mansinha que acabei com a raça de um gigolô que lesava mulheres e homens da Comunidade Judaica. Tanto a seita como aquele sujeito também se apresentavam como "mansos e humildes". Contudo, provas irrefutáveis vieram comprovar o que as pessoas não quiseram acreditar no início.

Valeu a pena lutar? Valeu. Peguei o apelido de "bruxa judia", mas valeu a pena. 
 
Amigos, não importa o que digam os "bonzinhos" deste nosso mundo - não quero saber deles. Quero amigos que sejam lutadores, que batalhem por um mundo melhor. Um mundo no qual sim, teremos paz - mas não às custas da Verdade. 
Dalva Agne Lynch
Enviado por Dalva Agne Lynch em 28/02/2013
Reeditado em 29/10/2018
Código do texto: T4164560
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