Nosso livro da vida deve sempre ser relido.
 
Tudo que nos acontece faz parte de uma história que fica registrada na mente, e passa a fazer parte deste grande livro, apenas, nosso. Todos têm sempre um passado para lembrar e uma história para contar. Assim atualizamos este registro em nós.
De vez em quando é bom abrir este livro e mesmo que em seu coração um aperto de saudade brote, ou a decepção te faça chorar, e um buraco enorme se estenda e a ferida aflore ainda mais; mesmo que lágrimas rolem solitárias ou paralelas, passeando pelas curvas de seu rosto marcado pelo tempo. Não tenha temor. Abra-o, leia e releia, esta é a oportunidade de vivenciar e de relembrar.
Tudo isso demonstrará que mesmo hoje não se achando feliz ou já tendo encontrado uma nova felicidade, talvez o mais real, te dá à certeza que pelo menos foste amada (o), ou tenha tido a impressão que foi. Que também um dia seu coração já amou: seja um amigo, simplesmente um colega, uma pessoa que passou pelo seu caminho. Ou aquele grande amor que realmente te fez feliz, e ambos se amaram verdadeiramente, mas o vento mudou a direção, e o destino traçado não tenha sido efetivamente aquele que imaginaram, ou que, somente você imaginou que fosse o definitivo.
 Pior seria se hoje não existisse nenhum livro, nada para você abrir e deixar o pensamento voar... Como se o tempo não tivesse passado e nada tivesse mudado, mesmo depois de tanta transformação.
Certamente, pior seria e será para aqueles onde procuram um livro, e não os têm. Para outros que desfolham páginas e mais páginas e nada encontram, não existe nenhuma história para ler ou simplesmente relembrar.
Quem sabe alguém que você também achou ter amado, alguém que se entregou, desejando ou achando que você fosse à única razão da felicidade, não encontre neste mesmo exemplar a sua mesma história. Coincidência? Não. Muitos têm uma narrativa, e nós, não somos os únicos que amou demais, que chorou demais, que desejou demais ser feliz.