AINDA RESTAMOS

Feneceu-se idade.

Em demanda da liberdade.

Mas somente arame farpado idealizamos.

E nenhuma abrangente porta criamos.

Em tanto espaço percorrido.

De caminho sofrido.

No entanto, ainda restamos!

E, talvez? Porque gostamos?

Desalmadamente ficamos.

Na crueldade

De quem nega a liberdade.

Primária ignorância.

Ignorante ganância

Do preludio da criação.

Quando a mesma, vivia sem oração.

Sem édito social.

Nem estabelecimento policial.

Controlador de casual humana arrogância

E humanitária intolerância.

Esta humanidade, depois de tantas gerações.

Invernos e Verões, e outras planetárias estações.

E consequentes vividas lições.

Continua a navegar sem humano colorido.

Depois de tanta vivida distância.

Em tanto tempo decorrido.

Sem libertadora constância.

Caminho errático, sem credo aferido.

Saturado de danos.

Em milenares enganos.

É o espaço que gastamos.

Enquanto por cá andamos.

Até atingirmos estas incongruentes militâncias.

Das administrações de sangrentas matanças.

Que o planeta, lideram por nefastas heranças.

Senhor! Como ainda continuamos tão profanos?

Neste mundo de tantos arcanos.

Deus! Somos hoje mais sanguinários!

Que na auspiciosa aurora da humanidade.

Em que não se pensava em tantos imaginários.

Nem ainda se lutava por liberdade.

Pois ela era intrínseca da universalidade.

Quando a vida, não tinha lembranças do transacto.

Mas, ao futuro já era um facto.

E, caminhava a preferíveis itinerários.

Tempos de percursos extraordinários.

Complexos binários.

O tempo, espaço, é um excepcional prestidigitador.

Do passado eleva o vindouro.

Nem sempre... Imitador.

Presenteia-nos o presente... Nem sempre de ouro.

Delega-nos com a idade a melancólica saudade.

Do espaço da tenra idade, dos sonhos de felicidade.

Do passado juvenil ao presente da velhice.

Futuro de ontem... Pior maldade.

E, eversiva pulhice.

Deus! Senhor dos tempos! E de todos os universos!

É de orações o teu terço! Rezado em seculares versos.

Quando a dor ao coração não mente.

E a alma, com o todo se torna abrangente.

Todo o ser ao infinito se lamenta.

E na graça divina se alimenta.

Porquê este presente?

Será que o tempo é ingénua ilusão?

O futuro espaço ausente?

Na cósmica confusão.

Que, ao planeta dá a vida crescente.

Senhor! Depois de tantos anos de planetários transformismos.

E de passarmos por tantos abismos.

Somos hoje os mesmos. Não desnudos! Mas piores!

Já temos oração e congregação.

Rabinos, califas, vizires, cardeais, Bispos e Priores.

Por todo o planeta à diferente pregação.

E inumeráveis procissões.

De diferentes rituais e confissões.

Há rituais de benéficos altares.

E alegres dançares.

Há rituais de morte.

Imolação de virgens sem sorte.

Mas já temos alguma social civilização.

Vivemos em social organização.

Com leis e estatal fiscalização.

No todo planetário, à comunhão diferente.

Mas, o humano, na sua maioria é crente.

Temos a bíblia, a tora, o Alcorão e outras santas escrituras.

Das divindades das infindas alturas.

Mas, negamos e escondemos o coração.

Ao humano que se prostra em oração.

Que desnudo roga alimento.

Para seu sustento.

Temos tribunais e exércitos.

E códigos de humanos lícitos.

Temos fossas e prisões.

E muitas humanas exclusões.

Traímos por míseras possessões.

Em servilismo a pessoais concessões

E desalmadamente aniquilamos.

Os que dizemos amar ou não amamos.

Para nosso bem estar matamos.

Partidários e adversários.

Operários e empresários.

Que nos sejam opositores.

Assim como, crucificamos em agonizantes dores.

Em consonância com ideias e honorários.

Todos os esclarecidos contraditórios.

Vivemos um evolucionar de horrores.

A infundir humanos pavores.

Negamos e descriminamos.

Assim, como minamos.

O humano parceiro.

Que, não aceitamos por companheiro.

Porque à Nação, quer ser ordeiro.

Nestes universais movimentos.

E contínuos ventos.

Que, no tempo modelou os continentes.

E enfunou as velas dos navegantes.

Criou os oceanos.

E todo o envolver de arcanos.

Que acompanham o evolucionar do mundo.

Desde o longínquo mais profundo.

Até este planeta de seres viventes.

Que caminha em demanda de seus semelhantes.

Mas a cada movimento caímos no vazio mais distantes.

Hoje, mais bárbaros que antanho.

Pois, com tanto auferido.

O ser humano continua estranho.

A qualquer vil interesse, o próximo aniquilamos..

Na sofreguidão de acomodatício ganho.

Tudo arrasamos.

Largamos o machado de seixo.

E o calor da fogueira de freixo

Mas construímos atómicas bombas.

A falar de brancas pombas.

Mortal instrumento de ambição.

Humana perdição!

Ao desequilíbrio do universal eixo.

Que fará oscilar o planeta como minúsculo seixo.

Neste transformar de elementos.

Modificam-se os movimentos.

Alteram-se os sentimentos.

Atrasam-se os ensinamentos.

Dificultam-se os melhoramentos.

Mas esgrimem-se os armamentos.

Enquanto a humanidade é mais afligida.

E cruelmente dirigida.

Por políticos a todas as negociatas!

Propensos futuros magnatas!

Depois das acrobatas politicas manobras.

Que ao pobre, somente deixaram paupérrimas sobras.

Estes angariados políticos, nunca são à Nação.

Nem à humanização da universalização.

São sim, políticos fingidos sem humanos feitos.

Pelo crime eleitos.

Na vontade da marginalização.

Sem humana e comunitária vocação.

Não passam de esbirros de forças empresariais.

Que, no humano garimpo se tornaram senhoriais.

E pela calada, são os senhores absolutos.

Dos votantes e dos votados.

São os senhores de infindáveis lutos.

Neste desnortear de derrotados.

Só assim, se entende, a norte de tanta criança.

Que neste mundo, ainda, com divina esperança.

Vê queimar excedentes.

Sem que nada, mastiguem os seus dentes.

Só, para que os senhores absolutos, continuem em seu mando.

E na fome e morte do irmão ganhando.

Senhores de hoje, com proventos políticos.

Sois mais obtusos! Que, os homens megalíticos.

Só assim, se compreende, o estoirar de tanto armamento.

Sobre inocentes em continuo lamento.

No fatídico e político mando destes oportunistas.

Não há ordem altruísta.

Há sim, escravizados.

Pelos espúrios políticos, espezinhados e gozados.

Nesta politiquice de infértil servilismo.

A pessoal elitismo.

Criam-se, para tudo e todos, humanitárias organizações.

A salariais ocupações.

Nelas, se empregam os amigos, como embaixadores.

É um azáfama de bajulações aos pobres doadores.

Esgrimam-se em lamurias, iminentes oradores.

Mas o pobre refugiado, continua a vegetar em situações precárias.

Sem quaisquer melhorias e condições humanitárias.

Enquanto os administrativos embaixadores, vivem a fartas reformas.

De amigáveis e duvidosas normas.

O mundo, nestes desalmados mandos, é universalmente impraticável.

Não tem caminho, de humana fiabilidade.

Segue caminho politico imperdoável.

Universalmente condenável.

Perde a criativa divina realidade.

Neste sinistro político mando, humanamente injustificável.

Eduardo Dinis Henriques

eduardohenriques
Enviado por eduardohenriques em 20/09/2009
Reeditado em 20/09/2009
Código do texto: T1820525
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