REFLEXÕES SEM SENTIDOS

Quem consegue entender as pessoas? Como perscrutar-lhes as intenções e seus pensamentos voláteis, mutáveis e espantosamente volúveis? Como entender que aquilo que se faz maravilhoso hoje se torne a pior das ofensas amanhã?

A mente humana é algo por demais complexo. Na fase da conquista de uma amizade ou de um amor, a mulher acha que o homem ideal para ela é o maduro. Depois que ele se apaixona, ela se queixa da diferença de idade. Se é o seu porte atlético, reclama de seu fisiculturismo. Se é sua religiosidade, acusa-o de fanático. Se é sua poesia, transforma-se em poeta barato. Por que depois da conquista se mostram tão cruéis?

Aos homens, não posso enviar considerações diferentes. A fofura, vira gordura. O penteado, vira luxo. O sorriso, vira safadeza. Mas, por que será que isso acontece?

Nesses momentos de indagação, orgulho-me de ser um poeta barato, velho e filosófico. Porque a filosofia me dá o direito de deixar a indagação no ar. De não responder, de não aceitar a compreensão do senso comum e de construir meus elementos de reflexão que não serão aceitos. Mas também não serão divulgados.