No tempo de Deus.
Cronômetros, cronologia,
Cio, ciclos, calendários e colheitas,
Ampulhetas, sóis e sombras,
Luas, marés, menstruações,
Lodos, ferrugens e eras,
Relógios, estações e rugas…
Marcadores de tempo,
Incapazes de estancá-lo...
O fruto, o tempo apodrece,
O descrente nele enlouquece,
Com o tempo, a matéria volta ao pó.
Sem fé raciocinada, o tempo é gangrena…
O tempo ala, mas também depena...
Seria, por fim, o implacável Cronos a Deus superar?
Haverá sempre tempos a sucederem tempos,
A mofar estruturas, ralentar e grisar pelos,
E esmorecer universos...
Mas, sempre haverá também o hausto divino,
A eternizar-se na fluidez das flutuantes,
Multicores e frágilissimas bolinhas de sabão,
De pouquíssima devoção.
Mas um dia tudo será para sempre,
E há de prevalecer o Amor,
Quando surgir no oriente,
Todo, todo majestoso,
Jesus Cristo, o Salvador!