Visto-me de Natal
Fátima Irene Pinto
 
Visto-me de Natal todos os anos.
Se me perguntarem como imagino que deva ser o céu, eu respondo sem pensar: algo parecido com o Natal. Um tempo de paz e trégua entre as pessoas, entre os povos.
Um tempo repleto de esperança. Um tempo em que os olhinhos das crianças parecem sóis e que os olhinhos dos pais e avós têm o brilho das estrelas.Um tempo em que, quem tem, reparte com o que não tem.
Um tempo de cores vivas e alegres, de belezas, de cânticos sem fim.
Um tempo de fogos coloridos nos céus, de abraços apertados, emocionados, por um fugaz momento despojados de toda e qualquer rusga ou mágoa pretéritas...um tempo de perdão e união.
Um tempo de montar o presépio em homenagem ao Menino Deus e imaginar que cada bola colorida ou cada luz que pisca, somadas às canções e aos hinos, são como uma falange celestial passando aos homens as mais doces vibrações.
Para os infantes, Noel é a primeira noção do divino e é bom que seja assim. Não tirem das crianças essa capacidade de sonhar!
Para os adultos, é a divina certeza do Advento e da salvação.
Visto-me de Natal, não por fora. Visto-me de Natal por dentro.
Não há ceia, não há ninguém em casa. Apenas eu e o Menino Deus.
O luto pelas perdas ocorridas nos últimos anos somados a tantos outros problemas paralelos, arrefeceram todo e qualquer espírito natalino no meu núcleo familiar.
Mas não posso negar que basta começar o mês de Dezembro eu já começo a me vestir de Natal. Não há lugar para dores, lutos e melancolias. Não há lugar para lastimar os festivos Natais que já se foram e não voltam mais porque o Natal, em si, não se resume numa ceia entre familiares e amigos, nem numa troca de presentes, nem numa festa de confraternização.
Natal é antes de tudo um estado de espírito, uma conexão com o Divino, um permitir-se a manifestação dos mais sublimes sentimentos, dentre eles a fé, a alegria e a esperança de um mundo melhor prometido pelo Menino Deus. E esse tempo há de chegar em breve para os mansos e para os humildes de coração, para os que têm alma de criança.
Que a estrela de Belém possa guiar-nos nos tempos de transição que se avizinham.
 
Feliz Natal!
 
 
 
Fátima Irene Pinto
Enviado por Fátima Irene Pinto em 24/11/2012
Reeditado em 02/12/2012
Código do texto: T4002058
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