O estado demasiadamente humano

Os belos pensamentos não são criados na solidão e muito menos alguém permanece por muito tempo na solidão em pleno estado de alegria. Todos querem aplausos e nem todos gostam de aplaudirem o que percebem como belo. A beleza faz o saber e sem saber nada é tão belo para que possa ser mantido.

A ignorância de nunca refletir, de nunca buscar pelo fortalecimento interior, está naturalmente presente no rebanho que exige um pastor nem tão sábio como um grande mestre. Unir diferentes ideias em um mesmo centro é superar qualquer barreira de preconceito, o problema é que na democracia atual temos uma minoria exigindo direitos que surgem em uma tentativa moderna de eliminar o mundo da maneira que sempre foi. Talvez tenhamos indivíduos tendo a maneira soberana de pensar sendo afundados em uma lei que vem com a intenção de ajustar moralmente toda a humanidade.

Nunca teremos um rebanho sábio se a tentativa dos homens apressados da modernidade for de igualar todos os indivíduos, a liberdade é naturalmente um passo diferente que reúne todos os artifícios para que pontes ao novo sejam criadas. O indivíduo superior se encontra com o mundo quando volta para dentro de si mesmo, sempre em uma tentativa de explodir como uma estrela. A corda arrebentada é sempre uma maneira de dizer que o mundo é montado por valores demasiadamente humanos, valores que devidamente são substituídos.

O analfabeto que insiste permanecer na ignorância intelectual e o letrado que devora projetos de conhecimento, são simplesmente iguais no que se refere ao poder emocional que move o espírito para postos soberanos, o problema é que ambos nunca irão chegar em lugar algum. O religioso e o político são iguais, vivem por metas, enquanto que não irão chegar em lugar algum em seus projetos fanáticos de poder. A maestria da vida está no agora, um agora em que possamos fazer algo que nos encha de energia para que o momento nunca termine, no amanhã teremos o hoje e no hoje sorrimos profundamente.

Para que o templo perfeito seja formado é preciso persistência, é preciso sonhos sem metas como se o fim justificasse o sofrimento, os meios precisam ser o alimento que será consumido até a chegada no pódio. As grandes guerras são vencidas pelos detalhes que movem nobres batalhas. Ao final de tudo resta o que fazemos de digno para ecoar na eternidade, caso contrário todas as discussões serão para tentar provar que futuro e passado são bases solidas, apesar de que futuro e passado são ilusões de quem não consegue se amar na única vida que resta, que é a vida presente.

Escritor Joacir Dal Sotto​

Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 28/05/2015
Código do texto: T5258316
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.