A natureza do super-homem
Quanto ao que cada um carrega no coração de pouco importa, é que o coração é apenas a ferramenta fundamental para que todos os sonhos sejam realizados. A verdade que cada um expressa mesmo sendo passageira é fundamental para que discussões aguçadas sejam realizadas em praça pública. O medo dos fracos é que a dança seja fora das quatro paredes, é que os fortes despertem a inveja daqueles que não sabem dançar.
A realidade é que os sonhos são uma ponte para uma nova realidade e a falta de ações é a ilusão mais idiota com a qual alguém é capaz de conviver. Ficar procurando defeitos nos outros e falar demais são graves defeitos que afastam toda sabedoria. O egocentrismo é parte dos reflexivos e quem não é capaz de se amar nunca irá saber o que é um grande amor.
Mesmo não existindo diferenças no que se refere ao poder que cada ser humano possui em sua natureza, existem os superiores que conseguem encontrar a própria natureza que é ser alegre em uma doce batalha ética que traz uma sintonia com o universo. Logicamente é impossível fazer com que um pássaro pare de voar penetrando em sua capacidade de escolher, o pássaro não escolhe e o ser humano apesar de que é por muitas vezes miserável diante da aceitação moral tem o poder de escolher até que durma pela eternidade. Podemos compartilhar é do amor e um ato de proteção que machuca quem está perto é útil quando usado como ponte, nem que tão bela ponte leve para a solidão do deserto repleta de demônios.
Amar com desejos é pedir para arder em carência, amar pelo prazer da jornada que faz tocar o novo com profundidade é sempre algo que envelhece para uma maravilhosa transmutação. O preconceito nasce dos bárbaros conservadores e na atualidade dos bárbaros que são uma minoria que exigem respeito sem ao menos darem-se o direito de escalarem montanhas para ouvirem a si mesmos, sem ao menos darem-se o direito de ouvirem calados enquanto que falam após uma longa reflexão sem o risco de serem agredidos por serem ignorantes que defendem uma causa ultrapassada aos olhos da alta filosofia. Os fracos morrem fracos e morrem de fraqueza, os fortes vivem fortes e morrem por não suportarem presenciarem o resultado de tanta força, se todos sofrem diante uma vida trágica é apenas sabendo dançar no abismo que existem mais alegrias.
Os pregadores da morte negam a realidade vigente e na esperança que vivem destroem o futuro ou fazem do presente uma guarda real do ressentimento, quando vemos somos solitários que não podem estender a mão para quem acha absurdo fazer cama na varanda enquanto que encarar o frio é a única solução para quem quer passar mais forte pelo próximo inverno rigoroso. Os defeitos imperdoáveis são quando o outro é mais importante que o ego, quando o mundo exterior é mais importante que o mundo interior, quando falar é mais importante que ouvir e ouvir tudo calado é mais importante que refletir. Se no mundo tudo são valores demasiadamente humanos é o amor que salva, é o amor que cria novos valores que nascem para derrubar muitos bárbaros do trono.
Todos podem mais e podem fazer ainda melhor do que até então fizeram, o que não acontece é todos tentarem mais uma vez, é todos se saltarem para frente quando carecem de forças, é todos acreditarem que as coisas são como são por ordens meramente humanas. O pássaro está preso em sua natureza e o ser humano tem a mesma natureza do pássaro podendo escolher o momento certo desperta-la para que possa se expandir pelo universo como um mestre divino. O amor é de dentro para fora e o ódio é da mesma maneira, quando falta amor existe uma porta para o ódio invadir, quando falta ódio existe uma porta para o amor penetrar com espadas capazes de perfurarem o peito de quem está sem armadura.
Escritor Joacir Dal Sotto​