A interação do ego com o universo

O amor proporciona momentos incríveis no palco da existência em que o único espectador é o indivíduo. Não podemos seguir alegremente pelo abismo ou chegarmos ao paraíso se não conseguimos arrancar risos diante a ausência de reclamações. A tranquilidade para agir por si mesmo e para si mesmo não é egoísmo, é apenas um olhar que não julga e não interfere negativamente na vida dos outros.

A solidão não prejudica ninguém e todos aqueles que ficam olhando para o solitário com ódio é que deixaram do amor pela própria vida. São poucos que conseguem exalar pensamentos positivos e quem penetra levemente no coração de quem precisa de ajuda está ajudando muitos outros ao despertar para nobres reflexões. O grupo é fundamental para o indivíduo e não podemos ter um grupo belo enquanto que cada membro tenha que ficar preso ao velho, que ficar preso ao que está escondido atrás das estrelas.

É possível perceber que a luz que nasce naturalmente poderá explodir para ser um universo repleto de gestos simbolizando inúmeros planetas. A distância não deixa de unir os corpos que se unem é através dos pensamentos que são palavras e que fazem com que as palavras despertam sentimentos que estavam adormecidos. O caminho mais próximo é além do desejo por existir na jornada um brilho chamado prazer.

Com o tempo sem amor se vai o tempo e se instala o ódio no coração, quando se percebe existe o palco sem espectadores contentes. A dor não é a razão encontrada pelos sábios para não lutarem, para não suportarem a dor, para não superarem os obstáculos, para não tentarem realizar um grande sonho até que os olhos balancem em uma doce loucura. O que dizem dos egoístas vem da língua de ovelhas que não estão contentes com o rebanho do qual participam e muito menos com o luxo conquistado pelo pastor.

O dever do homem ético é ser coerente consigo mesmo e diante o seu melhor toda natureza exuberante é explorada, e diante o seu melhor toda alegria é exalada, e diante o seu melhor uma sintonia com o universo é criada para ecoar na eternidade diversos monumentos construídos por quem viveu unicamente do presente. A negatividade que vai em oposição ao simples querer são ventos contrários que nunca estarão por dentro daqueles que são levados pelo vento, por dentro daqueles que quando não possuem o peso das rochas conseguem penetrar no fundo de cavernas para ficarem protegidos. O velho morre por existir a morte do conservador, o esperançoso morre por existir o fim do próprio esperançoso.

No acaso do universo humano existe apenas dores intermináveis que fazem do espírito o detentor da carne. É distantemente que queremos aproximar ardentemente os corpos até que eles se desfaçam em amor, em loucura, em desejos, em prazeres, em auroras aguardadas até o quase entardecer da vida. Dos tantos caminhos apenas um é o escolhido e na razão da força instintiva está escolhido o mestre interior que é divino de acordo com a vontade de cada indivíduo.

Escritor Joacir Dal Sotto​

Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 22/04/2015
Código do texto: T5216630
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