O ser humano no sentido moral
A grande capacidade humana não está em seguir um padrão moral que foi criado em uma época de guerra ou paz. O ser humano nasceu para usar de seus instintos mais perigosos de forma que pudesse intensificar a sua existência através dos prazeres físicos. Através do tempo muitas coisas aconteceram, do espiritual ao emocional, do intelectual ao físico, do moral ao infinito poder individual.
Eternamente falando nunca teremos uma humanidade de plenos direitos impostos através da moral, impostos através da guerra ou da manutenção da paz que é uma grande guerra. No sentido amplo da palavra guerra somos é guerreiros da luz em confronto com os guerreiros da escuridão. Por mais negação da individualidade com medo de que o amor seja instinto com o egoísmo muito mais atos de egoísmo veremos prevalecer na humanidade.
Querem dizer através de metáforas que o gênio precisa da sociedade para ser gênio e naturalmente estão certos. O ponto em que cometem um erro é de que a fé em algo invisível faz ressurgir algo que vai segundo muitos além da promessa. Do mundo visível que todos tem acesso resta amor pelo ser humano que luta para levar uma vida simples, pelo ser humano que luta para realizar os seus sonhos, pelo ser humano que se ama sem se importar com a crença ou descrença dos outros, com a tolice ou sabedoria de quem sofre interiormente apesar dos imensos conhecimentos.
Tudo o que existe na humanidade um dia foi criado e com o tempo envelheceu, tudo o que é criado por um indivíduo precisa retornar para si mesmo como uma nova criação da mesma maneira surpreendente interiormente que foi na primeira vez. Os estudos sem um prazer momentâneo são apenas uma praga moral presente nas tantas universidades, a ignorância disfarçada é encontrar autores que defendam as fraquezas que estão em nossos corações e se não forem superadas irão nos levar para um eterno abismo de sofrimento. O lado moral da vida é essencial, o que não é essencial é ser sufocado pela moral que não agrada, é ser levado pelo medo de impor o novo, é ser fraco em não buscar por aliados para enfrentar os valores estabelecidos que vão na contramão dos grandes sonhadores.
Muitas vezes os nossos direitos estão tão defasados que perecemos em nossos deveres que levam o ego ao sonho, ao desejo, ao amor, ao estado reflexivo, ao bom combate. A noite e o dia possuem forças iguais, o guerreiro é que precisa saber a hora certa de repousar, de atacar, de arrumar aliados através dos inúmeros contatos que surgem espontaneamente para quem sabe aquilo que quer. A coletividade nunca irá acabar com a totalidade individual que é poder sobre poder, que é um ser humano que por mais louco e destruidor que seja nunca terá forças para acabar com tudo sem antes passar pela metamorfose de si mesmo.
O problema é que o gênio não é mais um cordeiro e mesmo eliminando tantos pastores torna-se uma voz para ser ouvida, uma voz que concede poder aos que foram taxados como fracos, uma voz que fortalece os fracos, uma voz que gera o caos na vida de muitos e quanto menos morrerem muito mais apreciadores da vida irão renascer. Se o que não tocamos existe para alegrar é o ponto mais baixo da existência humana e precisamos é crer naquilo que já tocamos, e precisamos é crer naquilo que naturalmente vai transformando a realidade, e precisamos é saber que com a chegada do messias que nunca irá querer ser adorado estaremos salvos por seu amor ou simplesmente veremos ele caído ao chão após o seu espírito ser eliminado de tanta compaixão pelo ser humano que busca ser pequeno diante da pressa, que busca ser pequeno diante da negação do agora. O mal faz parte do bem e o bem faz parte do mal, se temos fé tudo dará certo, se experimentamos temos um saber de acordo com a nossa constante mutação interior, se temos amor tudo nos é entregue para que possamos usar de todas as ferramentas para que o império que tantos sonhamos seja construído sem que seja destruído por forças exteriores.
Escritor Joacir Dal Sotto