Os fragmentos que faltam no mundo

Não perca o teu tempo em discutir com pessoas que não carregam a capacidade de te ouvirem, de te respeitarem, de te apreciarem, de te compreenderem. O erro não consisti em persistir em um ideal que para muitos é loucura, é imoral, é muito distante da realidade. Todo o ideal é sempre uma ponte para o novo em que através dele podemos olhar com prazer toda a margem do rio tão lindo que se embeleza ainda mais em suas curvas.

Sempre que certezas absolutas surgem para te ferirem que se afaste delas através de um novo passo que seja além do outro ou melhor, que seja além de si mesmo. Muitas pessoas carregam a mediocridade no coração ao acreditam que sempre a maioria está certa, ao acreditarem que precisamos lutar pela defesa da minoria. Tanto a minoria como a maioria não penetram nos pensamentos de quem sonha, de quem ama, de quem busca pelo bom combate nem que seja em pleno deserto, é que tudo o que existe é o indivíduo em seu contato com o mundo.

A reflexão desperta sensações positivas em quem passa por dificuldades sem deixar de compreender que no melhor dos mundos não teremos nada além dos detalhes que hoje podemos abraçar. É fácil esperar pela morte com uma fé barata no coração, é fácil viver escondendo-se do presente ao colocar a culpa no passado. O difícil é cantar sem ser levado pelas interferências exteriores, o difícil é persistir em um sonho até que chegue-se em uma doce realidade.

Quem ouve não é fanático muito menos instável, quem respeita não é seguidor muito menos escravo, quem aprecia o novo deixou do velho antes de penetrar na juventude. É certo tentar mais uma vez e na insanidade que outros enxergam podem existir sonhos para serem explorados, é certo aplicar o novo e na moral existem valores que precisam ser enfrentados pela voz da orientação que assola o teu coração, é certo possuir um ideal que seja belo ao ponto de que a jornada seja repleta de encantos. Se a ponte do ideal quebrar nos resta nadar ou morrer na água que nos contorna, resta flutuar sem medo de se entregar para a eternidade.

O egoísmo não é maléfico, o que realmente é maléfico em qualquer época está no coração de quem tenta impor a sua verdade sobre o outro, em quem tenta convencer o outro sem estar convicto do próprio processo de felicidade que poderia ficar direcionado para si mesmo. Quem está certo é o indivíduo que questiona os valores sem correr atrás de ninguém com um livro na mão para pregar uma falsa verdade, quem está certo é o indivíduo que exala amor e não fica questionando se o outro é feliz ou infeliz com o caminho que escolheu. O mundo é sempre de dentro ao encontro do que existe exteriormente, o mundo é sempre uma sintonia do passado ecoando no presente e do presente para ecoar no futuro, o mundo é sempre o que somos para nos tornarmos aquilo que queremos ser, o mundo é sempre uma única divindade que tem como regente o amor.

Se no mundo material faltam forças para sorrir é após a morte que o espírito estará liquidado pela necessidade de adormecer após uma vida em que o melhor foi por muitas vezes negado. O que existe é o agora e se no agora existe fraqueza que nasça uma busca por algo melhor, uma busca pelas forças que estão ocultas no coração, uma busca de nunca parar se realmente a fé é em viver eternamente. É melhor partir ao deserto das boas emoções para se conhecer e se amar, para se proteger e guiar as crianças que querem ajuda sem terem forças para ferirem um adulto, para desejar e sentir prazer, para ser a luz das positivas compreensões ou simples interpretações que chegam para acrescentar fragmentos que vinham faltando.

Escritor Joacir Dal Sotto

Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 02/04/2015
Código do texto: T5192479
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