Eu e os livros
Tenho 37 anos, ou seja, acredito que sou a última geração pré-celular. Vim ter o meu primeiro aparelho em 2006, início de 2007, quando também foi o período em que mãe comprou o meu primeiro computador. Eu havia entrado na universidade e ela, mesmo não sabendo para que servia um computador, me presenteou com um. Assim, celular e internet surgiram praticamente juntas na vinha vida quando eu tinha em torno de 19 anos. Quanto ao computador, eu já tinha feito alguns cursos e sabia mexer o básico. Até então não havia necessidade de ter um. E o celular, todo mundo que eu matinha contato estava próximo a mim, então não era tão necessário. E acrescento agora a informação que já contei em outras memórias, durante muitos anos não tivemos televisão em nossa casa. Pronto. Cheguei no ponto que eu pretendia. Por muitos anos, os meus únicos passatempos eram os livros.
Fui uma criança que sempre leu muito. Incrível como esse gosto não alcançou a minha irmã. Eu lia por prazer. Ela lia se coçando para terminar logo. Já contei que um dos livros que eu mais li foi a Bíblia. Eu a lia tnato que decorei boa parte do livro de Gênesis, algo perto de Isaque sendo levado para o sacrifício por seu pai Abraão.
Um vizinho nosso, que trabalhava com reciclagem, o Major, certa vez encontrou para mais de 100 revistas em quadrinhos jogadas no lixo, e as me deu. Bem, algumas eu li, mas na época, meu pai acredtou que não era algo cristão tais leituras e eu as devolvi. Não julgo papai, era o pensamento da época.
Daniel, meu vizinho de frente, tinha uns livros interessantes sobre a fauna e a flora de determinadas regiões do planeta. Sempre eu os pedia para ficar vendo as figuras e lendo as explicações. Em outra oportunidade, Major me deu outros livros e uns mapas. Esses papai não pediu que eu os devolvessem. Li neles, pela priveira vez, umas curtas biografias sobre Frei Caneca; um tal de Carneiro Leão e lembro-me de uma frase abaixo de uma foto dele: "Ora Carneiro, Ora Leão." Os mapas eram grandes, e feitos em cartolinas grossas. Tinha o releve, as florestas, as principais cidades e suas riquezas... Uma vez, eu calculei com a régua a distância entre duas cidades e contei para papai. Um amigo, seu Paciência ouviu a minha constatação e cometou com meu pai que isso era coisa de engenheiro e que eu teria muito futuro. Como aquelas palavras me motivaram.
Eu sempre andava com os olhos atentos, procurando, inclusive nos lixos, algum livro, qualquer que fosse. Se eu percebia algo que pudesse ser um livro, eu abria o saco e pegava. Foi assim que encontrei um livro de história. Era dia de sábado e eu ia levar uma feira na casa de um senhor que smepre pegava o meu frete. Em um terreno baldio, na esquina da Mascarenhas de Moraes com a Iaia Paiva (ou era a Celerina), eu encontrei o livro. E como eu o li. Fala desde a Pré-história até o início da globalização. E foi aquele livro me despertou o desejo de ser professor.
Ainda tenho mais algumas boas lembranças relacionadas a livros. Depois conto mais.