Minha memória musical II
Já contei a primeira parte das minhas memórias musicais, agora vou mostrar uma segunda influência, dona Dinha.
Dona Dinha era a nossa vizinha de frente. Ela é mãe de Paulo Cesar, um amigo, que infelizmente, na luta contra as drogas, perdeu a vida. Então, dona Dinha era, e é, uma católica de ir a missa, fazer as novenas e de escutar as músicas de padre Zezinho e as de Roberto Carlos que falam de Nossa Senhora.
Junto com o galo, ela já liga a o rádio na oração do Pai Nosso e às 18h, era a Ave Maria. E nesse meio termo, o seu repertório parecia não ter fim. O som não era tão baixo a ponto de apenas ela ouvir e nem tão alto de modo que incomodasse, mas da minha casa, a gente ouvia todas as canções. E isso nunca foi um problema para meus pais, mesmo eles sendo evangélicos.
Lembro-me que tocava Maria da minha infância, Pegadas na areia, Hosana e muitas outras de Padre Zezinho. As músicas de padre Marcelo também faziam parte do repertório e não podia falta o Rei cantando "Olho pro e vejo uma nuvem branca que vai passando ... Jesus Cristo, eu estou aqui".
Mas música que ouvi pela primeira vez quando tinha uns cinco e que dona Dinha ouvia diariamente era: "Também sou teu povo, Senhor, estou nessa estrada, perdoa, se as vezes, não creio em mãos nada ". Essa música, para mim, é uma das mais belas que já ouvi.
Obrigado Dona Dinha.