A hora do lanche era a hora mais feliz

Permita-me relembrar mais uma vez a época da minha escola. É inevitável falar sobre a hora mais feliz. A hora do lanche. Isso na época do fundamental, porque no Pedro Anísio, o lanche era sempre biscoito com achocolatado.

 

No Ubirajara, vou te contar. Era tipo refeição de pedreiro. Como nós éramos a turma pioneira da segunda fase do ensino fundamental,  éramos os caras. Na hierarquia, o topo da pirâmide era nosso. Tínhamos a consideração do porteiro ao diretor , incluindo as duas merendeiras: dona Penha e dona Maria. Essa moral nos garantia certos privilégios como repetir ou mesmo tomar um cafezinho, o que era reservado só para os professores.

 

Dona Penha e dona Maria não precisavam nos dar tratamento diferenciado. Mas é que com o tempo fomos nos estreitando os laços de amizade e respeito. Sempre a tratamos bem, e isso se estendia aos demais funcionários da escola, claro. Mas com as tias da merenda era algo diferenciado. Sempre risonhas e de bom humor. Chega dava prazer passar um tempo na cantina.

 

O lanche top dos tops era o cuscuz com sardinha. Rapaz, aquilo era nécta dos deuses. O macarrão com sardinha ou com carne moída era outro clássico.

 

Quando o lanche era cachorro quente. Nossa Senhora! A gente nem saia de dentro da cantina. Parecia rodízio de salsichão.

 

Iogurte com biscoito cream crack, cada tomava e comia até sair pelas orelhas. A fartura era a lei. Nem a sopa, que geralmente é desprezada pelos estudantes, a gente perdoava. Diga-se de passagem, que sopa! As mãos das nossas merendeiras faziam milagres. E nos nossos pratos não tinha esse negócio de osso, não. Era carne! Aquilo que era uma sopa gorda.

 

Bons tempos!

 

 

George Barbalho
Enviado por George Barbalho em 04/09/2024
Reeditado em 06/09/2024
Código do texto: T8144493
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