Miopia e astigmatismo entrando em cena
Hoje eu tive a plena certeza de que estou velho e quase passando do ponto, embora ainda a idade temporal não seja ainda tão extensa, tenho meros, ou já tenho, 37 anos, passando já da metade da vida do brasileiro médio.
Há três anos descobri que a minha caixa de máquina tem a mesma idade de um Ford F-600 de 1957. Tudo isso por causa da bendita COVID que me sequelou o coração.
Como o corpo da gente é um ecossistema integrado nos mínimos detalhes, o coração fraco enfraquece os rins, já não posso pesar no sal, e o pulmão, tive que deixar de lado oei sonho de ser mergulhado de aguas profundas. Se bem que ainda tenho que aprender a nadar, mas eu tenho convicção de que seria um grande mergulhador.
As minhas juntas já não são mais as mesmas. É um estralo maior que o outro até parece uma caneca caindo no chão. Ou, se você fechar os olhos e pensar numa noite de lua, na beira de um lago, e eu começar a me movimentar rápido, você pode até acreditar que está diante de uma sinfonia de sapos, rás e girinos.
Mas a certeza maior eu tive agora a noite. Fomos ao shopping comprar uma camisa e no enta e sai das lojas,e deparo com uma jovem, loira, de óculos ,bolsa à tira colo, levantando os braços em sinal de abraço ala jeito italiano. Fiz aquele bom e velho zoom nos olhos e nada.
Busquei na mente se era alguém que estudou comigo. Se trabalhou comigo. Se frequenta a mesma igreja, e nada. A atitude mais sensata que me veio foi fingir que não era comigo e me aproximar da minha esposa. Pelo menos um problema eu evitaria: "Quem era aquela que estava acenando para você?"
A moça resolveu se aproxima e aí tudo ficou explicado. Ela realmente me conhecia e conhece. É a filha de nossa comadre Cláudia. De longe eu nunca a reconheceria e eu não sou do tipo que meus amigos de longe ficam acenando para mim.
Rimos muito. A mãe dela chegou e contei a história. E foi mais outra a rir e a recomendar um oftalmo.
Fazer o quê? Preciso por um par de lentes depois dessa.