Os meus vizinhos
Enquanto eu morava na casa de meus pais, a gente teve morada em três bairros diferentes, ao longo de 28 anos, isso que eu me lembro.
O primeiro que eu me recordo é o bairro renascer. E de lá, só me lembro de um vizinho, Binha e sua família. Mãe era amiga da esposa de Binha, Edileuza. Já papai não era amigo de Binho. Uma vez eles brigaram feio e ficou um clima tenso pelo resto do tempo em que moramos lá
Ha uma anos, bateu-me saudade da minha antiga casa e fui lá dar uma olhada nela. Estava quase que da mesma forma que a havíamos deixado. Aproveitei e apertei a campainha da casa ao lado, nosso antigos vizinhos. Eles não acreditaram que estavam me vendo. Foi uma alegria só.
Nós Ipês, saímos de lá em 2006, temos mais amigos e conhecidos. Em frente a nossa antiga casa ainda moram a família de seu Manoel, que são; dona Livramento, e os filhos Daniele, Daniel e
Aninha.
Livramento foi a primeira das vizinha a ter telefone em casa. Era uma chiquesa só. Sempre que minha família precisa receber ou fazer uma ligação, era na casa de Livramento, nada de orelhão. Bem depois a gente também colocamos uma linha de telefone.
Na outra casa da frente era a de Major. Papai brincava dizendo que a ganhou a patente sem nunca ter colocado os pés num quartel.
Major mora com dona Graça, suas suas filhas Gildete e Gilmercia e tinha dona Maria, a matriarca da família. Ele é dono de um ferro velho e trabalha com reciclagem. Foi um dos grandes amigos de papai. No final da tarde, com o sol já frio, muita gente fazia da frente da casa de Major uma grande praça onde se jogava conversa fora. Quando alguém passava por lá e estava meio chateado, Major gritava: "Ei, muda essa cara de bode véi ".
A família de Jura morava na outra ponta da esquina. Sua mulher era Creuza, e as duas filhas eram Iris e Gessica. Se mudaram para São Paulo e não tivemos mais notícias.
Do lado da nossa casa morava dona Bil. Um desafeto de mamãe e um dos motivos para nós mudarmos dos Ipês. Um dia ela deu uma festa em sua casa e virou o som bem para a parede do quarto de mãe. Foi um fim de semana inteiro sem desligar o som e todos em casa sem poder dormir.
Meu irmãos foi lá pedir para baixarem o som e foi recibo a cerveja na cara. Começou uma briga e acabou-se a festa após uma troca de muros.
Em poucos meses, mamãe vendeu a casa.