Obrigado ao irmão Lauro
Existe um pensamento fixo em mim: "A ingratidão é a pior coisa que existe no mundo". Sou grato por muitas coisas que aconteceram e por muitas pessoas que cruzaram a minha vida. Cada ato de solidariedade feito a mim, trago vivo em minha memória. Digo isso não para me gabar ou para mostrar que su melhor que alguém, nada disso. Simplesmente registro porque se damos tanta repercução a fatos negativos e em que nada acrescentam em nossas vidas, bem mais devemos fazer com aqueles que nos impactaram positivamente.
Por exemplo, lembro-me do dia em que eu vinha do templo central, a pé, e o irmão Alcir, hoje pastor, me deu uma carona de moto. Dentre vários outros que me viram naquela noite, ele parou, me deu uma carona e me deixou na porta de casa. É algo pequeno? Sim, mas não esqueci!
Outro exemplo, é também da minha infancia. Quando criança, a cada trimestre na Escola Bíblica Dominical a gente tinha que comprar uma lição nova que nos acompanharia pelos próximos três meses. Mas nem sempre papai tinha condições dar o dinheiro para que eu e minha irmã pudéssemos comprar o material. Mas nunca nos faltou a revistinha. O irmão Lauro, que era o superintendente da EBD, e o responsável por fazer os pedidos, nunca nos deixou sem as nossas revistas. Ele nos doava. Isso me marcou de um jeito que nunca esqueci esse gesto.
Posso dizer, sem medo de errar, que irmão Lauro, naquele enorme gesto de doação,e foi uma pedrinha na construção do meu castelo pessoal
Hoje não sou mais evangélico, sou católico assim como meu núcleo familiar. Mas isso não apaga a minha gratidão. E sabe o que me deixa mais feliz? Eu disse isso pessoalmente a ele.
Precisei ir à cooperativa sacar uma grana e no caixa lá estava ele, o irmão Lauro. Claro que ele não me reconheceu, quase 25 anos separam os fatos antigos do presente. Só que eu não podoa perder a oportunidade de agradecê-lo
Chamei-o pelo nome. Ele olhou-me tentando me reconhecer. Mas nem que ele quisesse me reconheceria. Eu lhe disse quem era. De quem era filho e de que era aluno da escola dominical. Ele se lembrou de mim. Contei-lhe da sua importância na minha formação e lembrei-lhe das doações das revistas que ele fazia a mim e a minha irmã. Ele sorriu. Um sorriso genuíno. Senão estivéssemos separados pelo caixa eu lhe daria um abraço. Apertei-lhe a mão calorosamente e despedi-me.
Em pouco tempo deixei de ser aluno na escola dominical e passei a se era professor na turma das crianças numa igreja pequena, mas nenhuma das minhas crianças deixou de participar das aulas por falta de material. Torço de coração para que eu também tenha conseguido fazer a diferença na vida de pelo menos uma delas.