Definições indefinidas
Violações de segredos já vencidos
Guardados em fagulhas de pensamentos imperfeitos
Saudades sem objeto para sempre esquecidas
Marcas exaradas em poeiras, impregnadas
Adeuses que jamais se saberão se aconteceram
Um grito estridente na boca da noite que ninguém ouviu
Será que foi o que seria se não tivesse sido?
Alagadas pálpebras por gigantescos mares inimagináveis
A ausência com o peso de todas as toneladas,
O tudo mil vezes denso de nadas
São sonhos, minha amiga, pesadelos que adentram a madrugada...
E quando a certeza beira à entrada
É um abismo dentro do frio de outro abismo
Que vem ao seu encontro
E os dois se beijam buscando uma aurora
Que solidificasse pelo menos um instante
Dentro de uma hora...
Seus filhos nunca nascidos choram ecoando
A angústia da inexistência
E a faísca não se faz dentro da demência,
São chegadas esperadas por eternidades inteiras
Que se sabem jamais acontecerão...
Saudades das saudades,
Saudades inchadas de saudades,
Saudades elevadas a saudades
É tudo que sei
E o que não sei é o que essas coisas-nadas são...