Definições indefinidas

Violações de segredos já vencidos

Guardados em fagulhas de pensamentos imperfeitos

Saudades sem objeto para sempre esquecidas

Marcas exaradas em poeiras, impregnadas

Adeuses que jamais se saberão se aconteceram

Um grito estridente na boca da noite que ninguém ouviu

Será que foi o que seria se não tivesse sido?

Alagadas pálpebras por gigantescos mares inimagináveis

A ausência com o peso de todas as toneladas,

O tudo mil vezes denso de nadas

São sonhos, minha amiga, pesadelos que adentram a madrugada...

E quando a certeza beira à entrada

É um abismo dentro do frio de outro abismo

Que vem ao seu encontro

E os dois se beijam buscando uma aurora

Que solidificasse pelo menos um instante

Dentro de uma hora...

Seus filhos nunca nascidos choram ecoando

A angústia da inexistência

E a faísca não se faz dentro da demência,

São chegadas esperadas por eternidades inteiras

Que se sabem jamais acontecerão...

Saudades das saudades,

Saudades inchadas de saudades,

Saudades elevadas a saudades

É tudo que sei

E o que não sei é o que essas coisas-nadas são...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 29/08/2024
Reeditado em 29/08/2024
Código do texto: T8140045
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.