Um plano diferente
Um dia a tarde, há cinco ou seis anos, recebi uma ligação do celular da minha mãe. Tive que atender. Ela, minha esposa e meu chefe são as únicas pessoas a quem atendo. Os demais colegas de trabalho, a gente se resolve por email. Mas não era minha mãe. Era Mikael, meu sobrinho.
A sua voz era um sussurro. E dizia que já tinham comprado o meu caixão. Só isso e desligou. Não dei muita importância à informação. Como eu veria minha mãe naquele final de semana, Dava para esperar a explicação dessa história.
Ao chegar na casa de mãe, meu sobrinho correu contando tudo. " Tio, vá embora, minha mainha comprou o seu caixão". Não demorou, veio a explicação. Minha irmã tinha feito um plano funerário pra toda família, inclusive para o pequeno Mikael, que pensava que a sua mãe estava tramando a minha morte.
Tudo foi esclarecido, e rimos bastante. Mas Mikael tinha resistência ao plano até recentemente.